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Como cuidar de um gatinho órfão


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Alimentação artificial do gatinho: dar o biberão

Substituir a mãe quando se trata de "ir à casa-de-banho"

Manter a temperatura

 

Alimentação artificial do gatinho: dar o biberão

Pode acontecer que sejamos obrigados a alimentar os gatinhos, quer porque a mãe não tem leite, quer porque morreu no parto, quer porque encontrámos bebés perdidos ou abandonados.

 

Problemas que podem surgir quando se alimenta gatinhos a biberão

Problemas infecciosos

O recém-nascido é muito sensível aos micro-organismos e pode contaminar-se a partir de germes presentes nas mãos ou no material. O biberão mal lavado ou o leite mal conservado constituem caldos de cultura de germes e bactérias. Por conseguinte, é essencial respeitar regras básicas de higiene, que condicionam em grande parte o êxito da alimentação artificial do gatinho.

O perigo de infecções é ainda maior nos casos em que o bebé não foi amamentado pela mãe nas primeiras 24 horas, não tendo por isso beneficiado da imunidade transmitida pelo colostrum.  

Problemas mecânicos

O problema mais frequente é a falsa deglutição, ou seja, quando o leite passa para os pulmões em lugar de ir para o estômago. O resultado é uma broncopneumonia, geralmente fatal. Por conseguinte, nunca se deve forçar um gatinho que se recusa a beber e muito menos injectar-lhe o leite na garganta. Quando o gatinho se recusa a beber o leite, é possível utilizar uma seringue, depositando gota a gota o leite na língua e esperando que engula.  

Problemas devidos à alimentação

Pode acontecer que o leite não seja adaptado às necessidades do gatinho, este chora com fome e não engorda, ou tem prisão de ventre ou diarreia. Neste caso, é necessário procurar a marca que possa resolver estes problemas, pois nem todas são de composição equivalente.

Independentemente da qualidade do leite, um biberão mal preparado, demasiado diluído ou pouco diluído, dado a uma temperatura indequada, etc., pode igualmente provocar diarreia. A frequência das mamadas pode também não ser a mais correcta e provocar distúrbios intestinais. Por um lado, aumentar o número de mamadas evita a sobrecarga gástrica, regulariza o trânsito intestinal e melhora a digestibilidade, mas, por outro, mamadas muito frequentes prejudicam a digestão. É necessário um intervalo de, pelo menos, duas horas entre cada refeição.

Uma quantidade elevada de leite em cada mamada perturba igualmente a digestão. Os enzimas digestivos não conseguem fazer correctamente o seu trabalho e há demasiado líquido.

Quando o leite ministrado é excessivo, há diarreias; quando é pouco, o gatinho chora e não engorda. Convém, pois, respeitar escrupulosamente as indicações escritas na embalagem.

A temperatura é igualmente importante: o leite deve ser dado a 37-38°C.

Quando o gatinho é alimentado pela mãe, mama espontaneamente pequenas quantidades de leite, a intervalos aproximados, cerca de 20 vezes por dia. Alimentado a biberão, este ritmo é impossível de respeitar.

Por conseguinte, na primeira semana, é aconselhável dar 5 a 7 refeições.

Um gatinho bebe, globalmente, 25% do seu peso por dia (20 a 30 % consoante o tipo de leite), o que representa 20 a 30 ml de leite por dia para um gatinho de 100g e 60 a 90 ml para um gatinho de 300g. São necessários cerca de 3 ml de leite para que o gatinho engorde 1g e, quando é amamentado pela mãe, engorda cerca de 10-15 g por dia. O volume de cada refeição, função do volume do estômago, ronda os 5 ml para 100g de peso, ou seja, 5 ml de leite por refeição para um gatinho de 100g e 15 ml para um gatinho de 300g.

No entanto, durante os 2 primeiros dias, a quantidade a dar a um recém-nascido é mais reduzida: em geral, 2-3 ml por refeição, mesmo que seja subalimentado.

A quantidade deve ser aumentada todos os dias em cerca de 1 ml por refeição. Mas é necessário adaptar: se o gatinho não beber todo o leite preparado, é inútil aumentar no dia seguinte. Em contrapartida, se gritar e se se agitar, essa quantidade deve ser aumentada. Na prática, após cada refeição, o abdómen deve ficar redondinho mas não distendido.

Higiene

O material deve ser imediatamente lavado após cada utilização, primeiro com água fria e depois com água quente, para evitar que o leite coagule nas paredes do biberão. Em seguida, o biberão deve ser fervido. A chucha deve ser furada de forma a que, quando o biberão é virado ao contrário, o leite corra lentamente. Se o buraco for demasiado grande, o gatinho pode engasgar-se; se for demasiado pequeno, o gatinho esgota-se a mamar sem conseguir engolir leite.

Como proceder?

Em geral, dar de mamar a um recém-nascido saudável é fácil: o gatinho tem o reflexo de sucção e chupa tudo o que encontra, até os dedos. Habituar um gatinho mais velho pode levar algum tempo, cerca de 1/4 de hora, até ele perceber como deve servir-se de um biberão.

Na preparação do biberão, pôr primeiro a água e em seguida o leite, agitando depois energicamente.

O gatinho deve estar bem acordado antes da refeição. Segurar o bebé, com a cabeça ligeiramente elevada, numa posição semelhante à que ele teria se mamasse na mãe. O gatinho deve poder aspirar o leite sem que este escorra pelos lábios.

 

Dar o biberão

Gatinho com cerca de 15 dias a ser alimentado a biberão

Recém-nascido a ser alimentado a biberão

Muitas vezes, o bebé não absorve o leite de uma só vez, mas em duas, fazendo uma pausa: não retirar o biberão demasiado depressa!

perigo  O que não se deve fazer:

  • Pôr o bebé com a cabeça para trás ou deitá-lo de costas, o que aumentaria o risco de falsa deglutição.
  • Tentar acelerar o ritmo apertando o biberão; o gatinho começa a espumar e o leite pode ir para o goto.
  • Deixar o gatinho mamar num biberão vazio: engole ar e fica com a barriga inchada inutilmente.

Cerca das 3 semanas de idade, o gatinho poderá começar a lamber e será então possível treiná-lo a beber num pratinho raso.

 

Quando é bem alimentado, o gatinho tem um comportamento normal: quando não dorme, come! Engorda regularmente, está em forma, vivaço, não grita nem tem problemas intestinais.

 

Substituir a mãe quando se trata de "ir à casa-de-banho"

Quando a mãe cuida das crias, estimula as zonas genitais do filhote para que este possa fazer as suas necessidades. Entregue a si próprio, ele é incapaz de "ir à casa-de-banho"!

Para ajudar o bebé, após a refeição, "irritar" muito delicadamente o anus com um algodão humedecido em água morna e massajar levemente a barriga no sentido descendente. Introduzir no anus, com muito cuidado, a ponta de um cotonete, igualmente humedecida. Se o gatinho ainda assim não conseguir defecar, injectar, com uma seringa de insulina (sem agulha!), um pouco de bebégel.

perigo   NUNCA DAR AO GATINHO NENHUM MEDICAMENTO ORAL PARA O OBRIGAR A DEFECAR. NUNCA ADMINISTRAR ÓLEO DE PARAFININA, A NÃO SER EM CASOS EXTREMOS E NO MÁXIMO UMA A DUAS GOTAS POR DIA. Os óleos e outras substâncias para este efeito provocam cólicas e podem ser mortais!

Quanto a urinar, é mais simples. Basta tocar levemente a zona e o bebé expele a urina espontaneamente. Ter em atenção que por vezes pensamos que o gatinho urinou tudo, mas pode não ser o caso. Insitir um pouco, várias vezes.

Por volta das 3 semanas de idade, apresentar ao gatinho um tabuleiro com areão e repetir a sessão acima descrita colocando o bebé sobre o tabuleiro e mexendo nas pedrinhas. Muito depressa, ele percebe a relação e em breve, instintiva e espontaneamente, começa ele próprio a raspar e a fazer as necessidades no tabuleiro. A partir desse dia, a "mãe adoptiva" fica livre das fraldas!!! 

Uns levam mais tempo do que outros, mas este comportamento é instintivo e não requer ensinamentos por parte da mãe gata. O gato é por natureza um animal asseado, que fica contente sempre que pode manter-se limpo.

Enquanto o gatinho faz as necessidades ajudado, pode ser necessário lavá-lo. Humedecer um algodão e passar delicadamente nas zonas sujas, tendo o cuidado de secar bem para que o bebé não arrefeça.

 

Manter a temperatura

Até cerca das 3 semanas, o gatinho não consegue, por si só, regular a temperatura do corpo. Quando é criado pela mãe, esta fornece-lhe calor e ele dorme enroscado nos irmãos, mantendo-se todos quentinhos.

Assim, é necessário aquecer o bebé, colocando na sua caminha um saco de água quente e tendo o cuidado de não deixar que a água arrefeça. Sobre o saco, talvez o mais prático seja colocar um pano de flanela, que servirá de fralda, mais fácil de lavar e secar do que uma mantinha ou outro tecido. Debaixo do saco, colocar uma manta quente, cujas pontas irão recair sobre a cama do gatinho, pelo menos em parte, no caso de ele querer aninhar-se e esconder-se.

Criei todos os meus bebés órfãos pondo-lhes na caminha um pequeno boneco de peluche, na esperança de que tivessem a ilusão de se encostarem à mãe ou a um irmão. Por que não?

Manter o local com luz muito suave. Os bebés abrem os olhos por volta dos 7/10 dias de idade, consoante vivem com mais ou menos luz. O gatinho dorme e precisa de repousar para crescer. Se houver muita luz, o sono pode ser perturbado.

Também por volta das 3 semanas, o gatinho começa a querer brincar. Deixa de se interessar apenas pela comida e começa a ter curiosidade pelo que o rodeia. Brincar desenvolve a inteligência, mas, neste aspecto, basta puxar pela imaginação...

De qualquer forma, cuidar de um gatinho órfão exige paciência e amor!