OS GATOS DEIXAM PEGADAS NO NOSSO CORAÇÃO

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Reconstrução após a tempestade


Outubro de 2010

Finalmente estão concluídas as obras de vedação no Refúgio Jimmy.

Todas as cabanas foram soldadas à base de cimento com cabos de aço, os telheiros foram reforçados. O Sector Ribas ficou totalmente terminado e os Ribinhas desfrutam agora do seu espaço, principesco comparado com as pequenas plataformas e minúsculas grutas da falésia.

Estamos agora a construir o interior do último sector, aquele que servirá de lar a cerca de 30 gatinhos que vivem num baldio e casa em ruínas.

Depois... depois, mais nada. Resta-nos a esperança de que não surjam muitos outros a precisar de ajuda, porque espaço já não há, antes pelo contrário.

Após a tempestade, os apelos que foram feitos apenas tiveram eco entre amigos. Dezenas e dezenas de pessoas telefonavam diariamente para recebermos gatos que já não queriam. Com o Refúgio em construção, muitos ainda acharam que a melhor forma de ajudar era sobrecarregar.

OBRIGADA às Patas Errantes pelo seu apelo, ajuda preciosa e apoio moral de todos os seus voluntários e amigos.

OBRIGADA à Fundação Belga (Bélgica) pelo generoso apoio financeiro.

OBRIGADA à Patsy e Carine (Bélgica), à Liliane e Caroline (França), e a todos que em Portugal fizeram apelos em nosso favor e nos permitiram receber ajudas. Obrigada à Entre-Gatos, que partilhou com os nossos gatinhos areão e comida.

OBRIGADA aos amigos pessoais T.H., G.T., R.M e M.P.

Sem vocês os nossos gatinhos teriam esperado longamente nos isolamentos até poderem recuperar a liberdade protegida que lhes fôra prometida.

 

26 de Agosto

Finalmente todo o perímetro exterior do Refúgio está terminado.

Falta agora pôr a vedação no muro interior do Sector Ribinhas, para que estes possam ser libertados. Talvez na próxima semana!

 

12 de Julho

Iniciou-se hoje a solda dos painéis do Sector Buddy. Quem sabe, talvez o Buddy, o Dom Quixote, a Fanny, as Linhitas, a doce Murta... possam em breve desfrutar do seu espaço.

 

23 de Junho

ALELUIA, os trabalhos da vedação parecem agora avançar um pouco mais depressa!

Estão concluídos DOIS sectores, o dos Mealheirinhos e o dos Palhacinhos.

Ontem tentámos convencer alguns Mealheirinhos a deixarem-se capturar nos seus isolamentos para os mudarmos para o seu espaço, mas eles não cooperaram, excepto o Pai Mia, sempre disposto a tudo, mas não o levámos para não ficar lá sózinho. O tempo era pouco e o ambiente de obras e ruídos não ajuda, mas durante o fim-de-semana, mais calmo, vamos tentar proceder a uma operação de charme e tentar explicar-lhes que podem recuperar a liberdade.

Quanto aos Palhacinhos, como os isolamentos em que estão se situam dentro do seu sector, basta abrir as portas e vê-los sair alegremente.

 

7 de Junho

Hoje, não é sobre a evolução das obras que preciso de vos falar, mas sim sobre uma das minhas colónias, muito mal instalada, que iria ser capturada quando a tempestade nos assolou e nos impediu de continuar os nossos projectos. É uma colónia em que é muito difícil saber quem são os residentes fixos e os visitantes, devido a vários factores que vos poupo de enumerar.

Mas esta noite, ao chegar, além do prazer de ser recebida aos pulos por uma das gatinhas que em geral até vai ao carro buscar-me, vi, sobre o poço onde ponho o petisco da amizade, minúsculos bebés, lindos, pejados de carraças, mais 3 gatos adultos que nunca ali tinha visto, esqueléticos e com o pêlo de quem está carregado de pulgas, piolhos, sujidade e miséria.

Quando poderei eu dispor de um isolamento suficientemente amplo para instalar estes gatos?  Quando se dignará a maldita serralharia terminar o trabalho para o qual já foi em grande parte paga, nas datas combinadas?

Entretanto, outras desgraças nos chegam, impossíveis de recusar, mas os meus gatinhos desta triste colónia terão, custe o que custar, o seu lugar no Refúgio Jimmy.

 

1 de Junho

Afinal, a Serralharia apenas soldou até hoje 15 painéis, ou seja, nem um décimo do total, o que não completa sequer um sector. O nosso trabalho está feito há muito: a colocação dos tubos, mas o deles, pago no dia combinado, está atrasado em cerca de 3 meses. Igualmente inquietante é a falta de justificação ou mesmo um telefonema a dizer o que quer que seja.

Entretanto, os nosso gatinhos continuam nos isolamentos, onde tentamos consolá-los o melhor possível. Alguns exasperam-se, e o Dom Quixote já fez uma saída de algumas horas, fugindo entre os meus pés quando abri a porta. Consegui apanhá-lo algum tempo depois, o malandro... que não se afastou do seu isolamento, nem sequer se aproximou dos malditos muros sem vedação, apenas queria correr um pouco.

O trabalho triplica, porque manter limpos e em boas condições de vida os isolamentos é totalmente diferente do que cuidar e mimar os gatinhos em "liberdade", no seu espaço. Nem sequer há tempo para conversar com eles, tudo o que podemos fazer é limpar, encher os pratinhos e seguir para o isolamento seguinte!

 

14 de Maio

Finalmente a serralharia começou a soldar os primeiros painéis que vão formar a nova vedação.

Já não era sem tempo, estão atrasados mais de 2 meses sobre o combinado.

Aqui vão as primeiras fotos da vedação com que sonhámos para a segurança dos nossos gatinhos e que pensamos resistir a ventos e marés.

 

Vedação

Vedação

Painéis com 1.80 de altura, cujas barras verticais distam entre si de cerca de 4 cm. A barra horizontal a meio é necessária para dar firmeza à estrutura e está colocada a  90 cm do muro e da extremidade do painél, por isso pensamos que os nossos gatos não conseguirão içar-se para chegar ao cimo e saltar.

Aliás, só dois tiveram tendência em tempos para procurar sair e isto no início. A vedação anterior seria perfeita não tivesse sido o vento que a destruiu.

Ainda assim, tencionamos condenar os muros exteriores, não vá algum aventureiro tentar procurar vida perigosa fora do Refúgio.

A nossa esperança agora é que a serralharia continue a soldar e soldar painéis sem descanso...

 

12 de Abril

Não há muito para dizer sobre a reconstrução da vedação, porque a serralharia está atrasada na feitura dos painéis... Outra coisa não seria de esperar, parece que é sempre assim!

Os nossos gatinhos continuam nos isolamentos, apesar do bom tempo e dos pássaros que invadem "vergonhosamente" o seu espaço sem que eles nada possam fazer, senão vê-los através da rede.

Hoje recebemos a visita de duas das pessoas que ajudaram a capturar os gatinhos das Arribas. Vieram vê-los instalados na sua nova casa, mas fizeram também muitas festas aos outros, que aguardam sempre impacientes por algo de novo.

Seres extraordinários, cuja imaginação não se compadece com o tédio!

 

Isolamento no Sector Buddy

Isolamento no Sector Roy

Isolamento no sector Palhacinhos

Isolamento no Sector Mealheirinhos

 

10 de Fevereiro

As obras de reconstrução da vedação destruída pela tempestade começaram ontem. Foram já colocados cerca de 20 dos tubos que vão suportar os painéis.

Para que estes tubos sejam embutidos nos muros, há que fazer buracos... mais buracos. Abrir uns para cimentar os tubos, fechar os que foram feitos pela derrocada da antiga vedação !

Melhorámos mais ainda as condições de vida dos nossos gatinhos nos isolamentos: fizemos mais telheirinhos para se recolherem, com caixinhas de esferivite e abriguinhos por baixo, de imediato ocupados. Pusemos brita em todas as zonas com lama e bandas de acrílico presas à rede junto aos telheiros para proteger da chuva e do vento.

O querido Buddy está triste, apesar do regresso do amigo do peito Dom Quixote. Em breve... talvez na Primavera, quem sabe, a vida recomeçará para os nossos gatinhos do Refúgio Jimmy.

O pretinho Blacky não apareceu...

 

6 de Fevereiro

Chegaram ontem os ferros para colocarmos nos muros. Estes ferros irão suportar os painéis de barras verticais, com 1.80 mts. de altura, com que decidimos fazer a nova vedação.

Já retirámos toda a vedação antiga destruída e começámos a reparar os muros.

A imagem dos muros baixos sem protecção, com os nossos gatinhos nos isolamentos, é deprimente...

O nosso pretinho continua sem dar sinais de vida.

 

2 de Fevereiro

O querido Piriquito regressou hoje a casa. Está bem, mas teve de sofrer uma felina humilhação: um banho! porque como tem o pêlo comprido estava muito sujo por causa da diarreia.

Foi recebido de patas abertas pelo grupo do Chanéis, que o adoram. Até o Ivan fez questão de o lavar, por causa daquele cheiro horrível do shampô!!!

A Joaninha Chanel, conhecedora de bons perfumes não parava de o cheirar e de torcer o nariz.

Enfim, o Piriquito reencontrou os amigos, fartou-se de chilrear e ainda aproveitou o sol que hoje não se fez rogado, em honra do seu regresso ao lar.

 

28 de Janeiro

O nosso pretinho ainda não apareceu, mas há indícios de gato no Refúgio durante a noite. Fizemos no princípio da semana uma plataforma de cimento, mais abaixo do que a anterior, para reinstalar a cabana dos Palhacinhos que tinha voado com o temporal, e o cimento está marcado com pegadas de gato. Algum do exterior? O nosso pretinho?

Hoje recebemos a visita de grandes e velhos amigos desde o primeiro dia dos Gatos Livres! A. e J. foram visitar o Refúgio e ficaram impressionados com os estragos, porque o conheciam já praticamente construído. Mesmo assim, retiradas que foram as vedações partidas e restauradas as cabanas, já nada tem aquele ar dramático de catástrofe como nas primeiras semanas.

Os nossos gatinhos ficaram contentes com as visitas, e muitos demonstraram-no com cantoria e pedidos de festinhas.

 

26 de Janeiro

O nosso Piriquito foi internado há 3 dias. Tinha muita diarreia e não queria comer. Está a melhorar, embora lentamente, supomos que terá uma colite, coitado.

Mas em breve regressará para junto dos amigos.

O Dom Quixote também está melhor, mas a sua extrema fragilidade exige que continue internado.

Quem está triste são os amigos Buddy e Fanny, que vagueiam como almas penadas sem o seu querido companheiro para lavar, cuidar e aquecer.

Talvez as obras de reconstrução do Refúgio comecem para a semana... Tomara já!

 

18 de Janeiro

O Badocha chegou hoje ao Refúgio.  Na Sexta-feira passada acabámos finalmente o isolamento onde vai viver até que a vedação esteja reconstruída e até se habituar aos companheiros.

O isolamento do Badi fica contíguo ao do Ari, igualmente FIV e FeLV. Assim poderão contactar através da rede e fazer rapidamente amizade.

Este gatinho é uma doçura!!! Meigo, calmo, encantador...

Amanhã talvez haja tempo para lhe tirar uma foto no seu novo reino.

Continuamos a limpar e a retirar todos os materiais partidos, assim como a vedação destruída pelo temporal. Não é fácil...

O Ginger, que tinha sido internado pouco depois da catástrofe porque espilrava, voltou hoje aos seus domínios, para junto da namorada e restantes companheiros, os queridos Palhacinhos.

O Dom Quixote continua na clínica. Está bem, mas com ele todos os cuidados são poucos.

 

17 de Janeiro

Recebemos hoje a visita de um simpático casal que nos ofereceu comida e areão, e fez muitas festinhas aos nossos residentes enclausurados.

OBRIGADA D. Piedade e marido que, apesar dos animais que recolhem, ainda encontraram generosidade para os nossos gatinhos. 

Esta visita ao Refúgio surgiu na sequência de uma reportagem publicada no dia 15 na revista "Mafra Hoje", feita por uma simpática jornalista amante de animais, Ângela Lopes.

Mas acho que falei tanto que a baralhei e há algumas imprecisões:

Os meus gatos de casa não "vivem no sótão", vivem na casa toda e no jardim, como entendem, de preferência nos sofás e camas, que deveriam servir para nós...

No sótão, espaçoso, solarengo e arejado, temos jaulas como as do veterinário para isolar algum que fique doente e precise de estar sob vigilância e medicamentos. Neste momento, temos 6 doentinhos (coriza), que já vinham assim da rua e que de vez em quando têm pequenas recaídas, apesar das vacinas.

No Refúgio, não temos "16 colónias". As 16 colónias são as que percorro todos os dias na rua para dar de comer, esterilizar e apanhar algum doente. No Refúgio há neste momento 53 gatos que, antes da tempestade, viviam em "liberdade" nos 4 sectores já concluídos.

Aqui ficam as precisões.

OBRIGADA à Mafra Hoje e a Ângela Lopes pelo apoio.

 

15 de Janeiro

Willy Rockfeller, do sector Mealheirinhos e que andava à volta do Refúgio desde o dia da catástrofe, foi hoje finalmente capturado, cerca das 22h00.

Como se recusava a entrar na armadilha normal de captura, construímos para ele uma ENOOOOORME armação em rede, sem chão, com um dispositivo de fecho semelhante ao da casinha de captura.

Fujão em primeiro plano

Encostámos a entrada desta armação a um buraco que dá para o exterior do Refúgio, e onde temos sempre comida desde o início, para algum visitante inesperado. Desde o dia da tempestade, temos vindo a afastar progressivamente o prato para o interior, e foi aí que construímos a armadilha em que, por fim, tivemos o prazer de ver entrar o nosso fugitivo, que já ganhou aliás a alcunha de Fujão.

É dia de festa, mas falta-nos ainda o Blacky, pretinho que nunca mais vimos desde aquela malfadada manhã.

 

14 de Janeiro

Ser Solidário !

Os nossos gatinhos do Refúgio tiveram hoje a honra de receber a visita de duas lindas mensageiras da Associação Patas Errantes, carregadas de comida e areão.

O dia estava finalmente aceitável e propício ao passeio pelos isolamentos, onde os nossos reclusos mais sociáveis vieram pedir mimo e festinhas. Os mais selvagens fingiram orgulhosamente que se escondiam, mas a Carla bem viu que "muitos olhinhos espreitavam pelas aberturas dos abrigos"...

Obrigada à Cristina Guerreiro e à Carla pela visita e transporte dos presentes. Obrigada a todos aqueles que tornaram possível este momento de solidariedade.

 

13 de Janeiro

Impossível continuar a limpar o Refúgio, a chuva e o vento não deixam fazer nada.

Muito gostaríamos de retirar ao menos tudo o que foi destruído, para termos uma visão menos catastrófica da situação, mas não podemos.

Passamos o dia, artilhados anti-chuva com impermeáveis, a verificar se todos os abrigos se mantém bem sequinhos e limpos, é essa a nossa prioridade.

Mas os gatos são loucos! Mal nos vêem, os sociáveis saiem dos abrigos a pedir festas e os ariscos saiem para se ir esconder algures, embora não muito longe, porque os isolamentos não lhes deixam muitas hipóteses, e molham-se, claro. Mas os abrigos têm de ser limpos e verificados todos os dias, os nossos gatinhos devem estar o mais bem instalados e quentinhos possível.

Aguardamos com ansiedade a resposta de um senhor, dono de uma empresa de construção, que talvez encontre alguém que nos possa fazer a vedação mais barata. O preço que nos pediram é incomportável!

Se o dia o permitir, amanhã teremos o prazer de receber finalmente amigos das Patas Errantes, que vêm trazer comida e presentes, e cuja visita de Domingo foi cancelada devido ao mau tempo.

Se alguém tem boas relações com S. Pedro, peça-lhe que se esqueça de nós!

 

10 de Janeiro

OBRIGADA a todos pelos donativos que nos vão chegando.

A noite passou-se em angústia, novamente um vento forte, desta vez de Nordeste, soprou violentamente na nossa zona até ao princípio da tarde. Depois foi a chuva, sem parar.

Mas tudo está bem no Refúgio, os gatos parecem tranquilos, como se aguardassem algo. E aguardam... que o vento amaine, que a sua casa seja reconstruída, que lhes sejam devolvidos a "liberdade", as suas árvores, os seus grandes telheiros com prateleiras, os seus abriguinhos preferidos, as suas cabanas.

Os dois gatinhos que faltam não apareceram. Com o tempo assim é difícil.

Esperávamos um grupo de amigas da Patas Errantes, que vinham trazer comida e presentes, mas a excursão foi adiada para um dia mais clemente.

Já voltámos a instalar duas das cabanas derrubadas pelo vento e prendêmo-las com cabos de aço à base de cimento.

Dia a dia tentamos melhorar as condições dos isolamentos ocupados pelos gatos. Pusemos abrigos pequenos ou casinhas de transporte forradas debaixo dos telheirinhos, com mantinhas lá dentro, assim como várias casotinhas de madeira, aproveitando o melhor possível o pouco espaço de que dispomos. Dentro das casotinhas, caixinhas de esferovite, oferecidas por uma tasquinha da zona (já sem peixe, que pena!).

Cada gato dispõe de um abriguinho, mas é engraçado como a maioria estão vazios, porque os gatos dormem em montinho num ou outro. Os gatos do Refúgio adoram viver em grupo e reproduzem nos isolamentos a amizade que construíram no seu sector.

Esperamos ansiosamente o orçamento para a nova vedação para sabermos se a podemos realizar.

Logo que o tempo melhore, haverá fotos dos nossos gatos nos isolamentos e de como avança a reconstrução para a qual tantos amigos têm contribuído.

 

9 de Janeiro

Apesar da situação que estamos a viver, recebemos hoje mais um gato, ao qual chamaremos Badocha. Adoptado e abandonado, este gatinho foi socorrido pela Cristina, mas revelou-se FIV/FeLV, o que muito dificultaria a sua adopção.

O Badi está na clínica para avaliação e logo que possa sair irá para o espaço FeLV (Palhacinhos) onde um isolamento individual o espera, junto ao nosso querido Ari, igualmente FIV e FeLV.

Infelizmente, este sector dispõe de algum espaço, porque a nossa Marléne, doce princesa tartaruguinha, deixou-nos na manhã de 23 de Dezembro, não por causa do temporal mas na clínica, onde estava hospitalizada há uns dias.