OS GATOS DEIXAM PEGADAS NO NOSSO CORAÇÃO

         
     2010

O dia-a-dia no Refúgio Jimmy

Muitos dos gatos do Refúgio fazem as unhas nos abriguinhos de madeira em sinal de boas vindas.

Preferia que mostrassem a sua alegria de outra forma, mas foi assim que decidiram e quem sou eu para recusar tanta solicitude!

Os coitados dos abriguinhos ficam em mau estado, claro, e a culpa é minha por não haver sequer um minúsculo tronco de árvore onde os pobres gatinhos possam afiar as suas delicadas unhitas.

GRRRRRR !!!!!

Hoje no Refúgio estávamos todos a funcionar em câmara lenta. Um calor abafado tirou-nos toda a energia. Eu  deslocava-me penosamente para as tarefas obrigatórias, sobretudo pôr água fresca nos bebedouros, qual pobre formiguinha sem repouso, mas os gatos nem se mexiam.

Muito se plantou esta Primavera e todos os arbustos selvagens que nos fazem o favor de crescer são preservados com carinho, mas mesmo assim todas as sombras são poucas em dias como o de hoje.

A sombra mais acolhedora e panorâmica para os humanos é sentada no tijolo que mantém aberta a gateira da pequena cabana, frente à providencial e famosa pereira.

Alguns gatos arrastaram-se até lá para me fazerem companhia.

Queridos Buddys, obrigada !!!

Sob um dos telheiros, protegido a sul, há uma pedra confortável. Nestes dias é lá que me sento.

Alguns vieram refugiar-se junto de mim, mas a grande maioria nem se mexeu, embora os visse sob as árvores, arbustos e telheiros, esticados ao comprido.

Os gatos sofrem com o calor, e os nossos doentes precisam de descanso e frescura.

O Grisely e os 4 companheiros - uma gatinha e seus 3 filhotes - foram hoje libertados do isolamento, no Sector Ribas, onde estavam há vários meses, esperando que os pequenitos pudessem ser castrados.

Está cumprida a promessa ao velho senhor da casa em ruínas. Os gatos que ele adorava e lhe sobreviveram estão em segurança. 

A grande maioria dos gatos do Refúgio são selvagens. Alguns vêm quando chego, cheios de curiosidade pela presença de um estranho ser que se desloca lenta e cautelosamente para não afugentar ninguém. Sentam-se mesmo perto, desde que não me mexa. Com este regime, em breve estarei transformada em estátua de sal !

Subir e descer, encher pratos e mudar águas de cócoras sob os baixos telheiros, esperar durante horas que os mais arredios se mostrem, ou para capturar algum doente, evita-me decerto o dinheiro e tempo gastos em ginásios e aulas de ioga, mas por vezes pergunto-me por que diabo estas criaturas não vêm simplesmente quando as chamo ou é necessário levá-las ao veterinário?

Ah! é verdade, são gatos, já me tinha esquecido!

De tão escorraçada e mal tratada que foi, prefere evitar o contacto dos humanos, apesar de nunca fugir de mim.

Estes gatinhos comovem-me. Poderiam ser acarinhados, e sei que o desejam, mas a vida foi demasiado hostil para com eles.

Os companheiros são os seus amigos, o Refúgio é a sua casa.

Hoje o Buddy brincava com ela. Ambos caçavam um bichinho real ou imaginário, não importa.

A Olivita é feliz, o Buddy tem mais uma menina complacente no seu harém, e nunca mais ninguém lhe atirará pedras só porque a fome a obrigava a miar às portas.

Na impossibilidade de capturar o Allen, dos Mealheirinhos, para o tratar da gengivite, tentei hoje uma nova abordagem.

Fechei os 3 sociáveis, entre os quais a Lourencinha, e instalei a armadilha, mas pousei perto de mim um prato com comida. Como a grande maioria dos Mealheiros são gatinhos selvagens, seria pouco provável que se aproximassem, até porque não têm fome, a esperança era que o Allen viesse ao cheiro da latinha.

E assim foi! Devido à doença, o Allen come mais facilmente a comida húmida e encheu-se de coragem. Preferiu vir ter comigo a entrar na armadilha. E, mesmo junto a mim, comeu com apetite. Talvez a pouco e pouco ganhe a sua confiança e possa ao menos dar-lhe de comer e, quem sabe, encaminhá-lo para um isolamento. Todos os métodos são bons para tratar os meus gatinhos, e sobretudo é preciso ter muita paciência!  GRRRR !!!!!!!

Notícias? Todos os dias há algo de novo, claro. Hoje, por exemplo, abriram-se as portas do isolamento dos Tamires. Alguns minutos depois, o Tamir saiu e veio mesmo até à grande cabana. Mas fotos, nem pensar!

Por isso, gostaria de vos falar dos bigodes dos gatos. Já devem ter reparado que todos os gatos têm os bigodes brancos, excepto os gatos pretos, cujos bigodes são... pretos!

Siamês

Preto e branco

Tricolor

Tigrado

Branco

Ruivo

Cinzento e branco

Preto

O meu Bellini, que é preto, tem os clássicos bigodes pretos, mas um dos pêlos é branco!!!

Quando uma vez este pêlo caiu, pensei que não voltaria a nascer branco, mas nasceu igualmente branco, branquíssimo, no meio dos seus magníficos bigodes pretos de gato preto.

O meu Bellini é totalmente negro e belo como a noite, e os seus olhos cintilam como estrelas na escuridão.

Os Mafrinhas começam a pouco e pouco a aventurar-se no seu espaço na minha presença.

Tribo de belos tigradinhos, chefiada pelo velho branquinho que se faz arredio à foto, alguns Mafrinhas, cientes da sua beleza, pousam sem complexos.

Muitos já vêm brincar e comer ao grande telheiro que elegeram como local privilegiado, embora os mais tímidos ainda comam nos isolamentos, de porta aberta, como que apegados à segurança do velho hábito.

O Dom Quixote decidiu-se finalmente a conviver com as suas novas doenças.

Agora que estava bem, a gengivite atacou-o, mas também a insuficiência renal, o que exige de novo comidinha especial, cujo sabor lhe custou a aceitar.

Mas a minha teimosia e a sua alegria de viver fazem milagres.

Todos os dias, ao chegar, chamo-o e ele vem ter comigo sem se fazer rogado. É fechado num isolamento várias horas até ter comido e depois fica em liberdade com os amigos.

Dom Quixote lava-se...
Mesmo doente, a higiene é sagrada para ele

Lourencinha ouviu-me...

Desta vez, regressada da clínica após o tratamento regular à gengivite, decidi que passaria a comer Sensitivity para engordar.

Nem é preciso chamá-la, basta que me veja e entra imediatamente para um isolamento à espera do pratinho.

Ali fica toda contente até que a vá libertar da prisão que não parece incomodá-la.

O Grisely parece ter emagrecido, apesar de a comidinha não lhe faltar. Foi fazer análises para ver qual será o motivo. Este gatinho é FIV+ e todos o cuidados são poucos.

A Lourencinha foi passar uns dias na clínica.

A gengivite crónica, que a fez aterrar no Refúgio, vinda de uma das minhas colónias onde poderia ter ficado em segurança não fosse a doença, exige tratamentos quase mensais.

Mal começa a babar e deixa de comer, com a boca inflamada, é urgente tratá-la.

Esta noite já não terá dores e, quando regressar, poderá desfrutar de mais algumas semanas de paz e bem-estar.

Depois dos pretinhos, dos branquinhos, dos siameses, das tricolores e dos ruivinhos, tenho a honra de vos apresentar a numerosa tribo dos pretos e brancos.

São muitos os gatos pretos e brancos no Refúgio Jimmy. Uma vez mais, todos eles diferentes, com mais ou menos manchas, maior ou menor simetria no desenho, mais preto ou mais branco, com ou sem máscara no focinhito. Encantadores!!! Como é possível tanta diversidade dentro das mesmas cores?

Nos Mealheiros: a Mãe Amostra e a Lourencinha.

Nos Palhacinhos: o Pinóquio.

Nos Chanéis: o Bardo, a Joaninha, o Nando, a Nanda, o Shamir e a Shamira.

Nos Ribinhas: a Esther, a Dona Branca, a Lolita, o Fénix, o Budagodes e o João Gatão, assim como 2 infotografáveis - um dos filhotes da Libelinha e um dos companheiros do Tamir, ainda em isolamento.

Quanto à Lourencinha, basta acenar-lhe com uma latinha e ela corre para dentro de um isolamento, é fácil apanhá-la e levá-la à clínica para os tratamentos regulares.

Com o Allen é outra história! Ou temos a sorte de o ver dentro de um abrigo e tapar-lhe a saída, ou é uma guerra sem fim para o apanharmos. Desta vez está a ser difícil. Já instalei a armadilha, toda a gente entra menos ele!

Quando a crise ataca, o Allen aproxima-se... mas!

O mais duro, é que o Allen vem pedir apoio, mas o medo é mais forte, embora ele saiba que tem de ser tratado.

São muitos os gatinhos no Refúgio que "recusam" ajuda em caso de necessidade. Observamo-los constantemente e vivemos suspensos do estado de saúde dos selvagens, que exigem ainda mais cuidados do que os outros.

O Bellini começou hoje finalmente a acordar da sua letargia após a partida do grande amigo Pirandello.

Já veio sem que o chamasse insistentemente, correu mesmo quase como antes e, pela primeira vez na vida, ouvi o som da sua voz.

Que quereria ele dizer-me?

Que devemos começar a aliviar o luto?

Quando chegam em grupo, alguns abandonam o clã de origem e encontram novos companheiros, outros continuam a viver com os amigos iniciais e outros ainda decidem ser solitários, mas sem nunca criarem inimizades.

Errantes por força da negligência e crueldade humanas, juntaram-se a um grupo para sobreviverem, mas sem nunca se habituarem realmente a partilhar ou a criar com os outros laços de amizade profunda.

Quando procriam na rua, estes gatos transmitem aos filhos a sua forma de vida mais solitária.

Mal os filhotes crescem, muitos afastam-nos, mesmo sem que isso signifique a protecção de uma nova gravidez, como é o caso da Angie.

Angie

Contrariamente à Angie, as filhas Gabi e Rafi, inseparáveis, convivem e brincam com todos os outros

Quando foram para o Refúgio e ficaram juntos num isolamento, os bebés, com apenas 2/3 meses, já não dormiam com a mãe, que os afastava. Mal eu entrava, a Angie vinha ter comigo.

Tal como a mãe Angie, a Haziel prefere viver solitária, mas sem animosidade para com os companheiros

O mano Angel juntou-se ao clã dos ex-errantes Paganinis, que o aceitaram com amizade

Os errantes, por sua vez, mantêm laços de maternidade com os filhos crescidos, desde que a comida abunde.

Dormiam juntos no mesmo abrigo, lavavam-se, actuavam em clã coeso como na rua, nos tempos de penúria e adversidade.

"Protegiam-se" mutuamente de mim, quando entrava no isolamento para limpar ou servir a comida.

Agora, em liberdade no Sector Buddy, a relação de ternura mantém-se e os filhos nunca estão muito longe da mãe Lilás.

Maria Faia vem pedir carinho à mãe Lilás

Mesmo em frente a uma das cabanas dos Buddys, há uma bela pereira que a protege do sol e do vento oeste.

É um local aprazível onde nos sentamos nas tardes quentes como a de hoje, uns na base de cimento da cabana, outros nas ervas, para falarmos disto e daquilo ou apenas para ficarmos juntos em silêncio.

Uns passam e ficam uns momentos, outros instalam-se em boa companhia, outros namoram e outros espreitam, tentados mas hesitantes...

Outros ainda colam-se a mim, de tal modo encostados às pernas que a foto é impossível ! Buddy, Dom Quixote, Bé, Patti, Angie, Fanny! Cheguem-se para lá, não têm calor ???

Hoje os Mafrinhas estavam no sétimo céu! Lavavam-se mutuamente ao sol, corriam atrás das borboletas, dormiam à sombra dos arbustos e cumprimentavam os outros gatos dos sectores contíguos, junto aos portões.

Fotos? Não, não tirei. Não tenho um super-zoom, e se me aproximasse muito quebraria o encanto. Que prazer, que honra, ver os meus gatinhos tão felizes.

Porém, nos Palhacinhos, a vida mudou. A ausência do Ginger e do Pirandello alterou os agradáveis momentos que passávamos sentados à conversa.

O Pirandello deitava-se encostado às minhas pernas. O Ginger e o Ruivinho faziam palhaçadas para nos divertirem, o querido Bellini sorria deleitado e a doce Tété roçava-se por todos à vez. E até os ariscos e inseparáveis manos Paquita e Pinóquio se sentavam a desfrutar da companhia e do espectáculo.

Agora, o Ruivinho parece uma alma penada sem o seu amigo Pirandello, a Tété pede mimos mas sem a mesma convicção, os ariscos não se aproximam e o Bellini, que nos últimos dias de vida do seu amado companheiro Pirandello dormia encostado a ele como para o proteger, só vem quando o chamo insistentemente. Olha-me e sorri, mas é um sorriso triste, apenas para me dizer que ainda mereço o seu sorriso...

Porquê?

Hoje, por volta das 8h00 da manhã, abriram-se de par em par as portas dos isolamentos dos Mafrinhas, que nem se aperceberam que, após quase 8 meses de reclusão, poderiam correr e brincar num grande espaço.

Mas, a pouco e pouco, foram saindo e, sobretudo ao fim da tarde, dava gosto vê-los.

Não foi fácil fazer fotos, porque corriam e saltavam, visitando tudo o que era novidade, desde que eu não me aproximasse muito...

Olhando os isolamentos... do lado de fora. Agora podemos escolher!

Gostei de ti, isolamento, mas agora posso correr e brincar ainda mais!

Este sítio é engraçado, até tem um enorme tabuleiro de areão!

Que bom que vai ser dormir na nossa cabaninha!

Passear ao fim do dia num grande espaço!

Durante 4 anos dei-lhes diariamente de comer e sonhei tirá-los daquele local inóspito e insalubre, onde os mais frágeis morriam de coriza e falta de higiene. Esse sonho realizou-se!

Uns partem, outros chegam... Há quem diga que é a lei da vida, mas essa lei só é aceitável quando os que partem morrem tranquilamente de velhice e os que chegam não mostram sinais de negligência e mesmos maus tratos.

Só pede mimo e festinhas, e parece sociável com os outros gatos, que convida para brincar através da rede do isolamento no Sector Ribas.

A sua magnífica pelagem cinza chartreux está semeada de grandes cicatrizes, não de lutas, mas de cortes e queimaduras ou mesmo atropelamento.

Já contei como o Fiscalito, belo pássaro tricolor nascido no Refúgio, ali decidiu continuar a viver e constituir família.

Há uns dias que os Fiscalitos saíram do ovo e que a mãe Fiscalita os alimenta com amor e sacrifício, como o fazem todos os passarinhos.

Hoje, enquanto ela foi procurar comida, consegui fotografá-los. Bastava um pequeno som junto ao ninho e as crias abriam comoventemente o bico, clamando por comida.

Lindo para um refúgio de GATOS !!!!!!!

Pirandello: No Sábado passado, o Pirandello parecia murcho. Estava calor?

No Domingo, o Pirandello foi para a clínica e não regressou àquela que foi a sua casa amada. Os rins cheios de quistos... Adormecido para a radiografia, deixei-o continuar a dormir em paz...

Ginger: Hoje o Ginger deixou de comer, de andar e de vir cumprimentar. A respiração ofegante e o olhar vazio indicavam sofrimento. O sofrimento sem solução é inadmissível para os meus gatinhos.

O Ginger repousa agora tranquilo.

Quando começa o bom tempo, os gatinhos do Refúgio enchem-se de coragem e dedicam-se aos mais diversos trabalhos, cheios de energia...

O Piriquito regressou hoje ao Refúgio. Foi pomposamente acolhido pelos porteiros do Sector Roy e pelos amigos pessoais, que lhe desejaram as boas vindas.

Há sempre uma manifestação inequívoca de alegria quando um gatinho regressa da clínica, mas a de hoje foi muito original. O Piriquito rebolava-se no chão de barriga para o ar e ia "caminhando" como se tivesse patas nas costas! O Gugu, o Chefe Roy, a Nina, a Joaninha e o Shamir olhavam-no perplexos.

Depois, o Piriquito foi percorrer os telheiros e as cabanas, ver se estava tudo no mesmo sítio. Nada mudara! Apenas, finalmente, a sua imprescindível presença...

Nada mais bonito do que ver os gatos fazerem juntos as suas actividades preferidas: dormir, lavar-se, brincar, acarinhar-se ou simplesmente observar o mundo em boa companhia. Isto, claro, quando a paparoca está assegurada...

Mas nem sempre é fácil fotografá-los. No entanto, para vosso deleite, aqui vão alguns momentos que consegui apanhar.

Dandy lavava Whitinho, mas chegou o fotógrafo...

Lucas, Olenka e Iris apanham sol juntos

Ruizinho e Rosita brincam

Bellini e Paquita lavam-se

Silvestre e Dona Branca...

Xica e Caipirinha, momentos de repouso

Ruivinho convida Bellini para brincar

Lourencinho vai saltar sobre a amiga Maminhos

Come, salta para cima das minhas pernas, vem mal me ouve chamar, vai ao portão do isolamento pôr a patinha de fora para cumprimentar os amigos.

Não sei se é uma esperança vã, nem me interessa.

Só sei que prefiro acreditar...

Ginger hoje ao fim do dia

O Piriquito continua hospitalizado. Hoje de manhã fez menção de comer um bocadinho, mas é ainda alimentado por sonda.

Diagnóstico: febre de origem desconhecida.

Piriquito, está tudo à tua espera no Refúgio!

Ei-la numa pose rara, junto ao chão!!!

Está engraçada, a bela ciganita! A cabecita rapada dá-lhe um ar divertido e até as orelhas parecem maiores.

Mas está tão bela como antes, embora mais sensata.

E vê-se que está feliz por ter regressado à sua casinha, no Sector Roy.

Evita mais "terra a terra"...

Roy, após o tratamento

Coitado, não admira que estivesse triste, devia ter muita comichão e lambia-se constantemente.

Deixa pôr o medicamento sem refilar, e acho que até fica todo contente com tanta atenção especial só para ele.

Bem o merece!

O Dom Quixote recusa a comida especial para os rins.

Mal chego, vem pedir "latinha", mas o truque dele é o AD, que comia sofregamente quando estava a morrer com anemia, por isso agora o inverso não lhe agrada.

Esperançada, deixo um prato com Renal seco, talvez sua majestade queira.

Por favor, Dom Quixote, come...

Dom Quixote, hoje, de mau humor...

Os Branquinhos vivem no Refúgio há mais de 1 ano. Nunca tinha conseguido fotografar a Jamila de perto, e muito menos vê-la junto à grande cabana, onde os mais sociáveis, entre os quais o Lucas, pai da Jamila e do David, se concentram para o mimo e outras actividades igualmente interessantes.

Mas hoje, já ao fim do dia, foi uma festa. Senão, vejam... e deliciem-se!

Todos os dias no Refúgio são diferentes, há sempre algo de novo. Momentos difíceis e mesmo tristes, mas também momentos muito felizes.

Hoje, a Lilás e os filhotes Jasmim e Maria Faia, mais conhecidos pelos Kristis, em isolamento no Sector Buddy, foram libertados da sua prisão.

Primeiro, saiu a Maria Faia e, mais tarde, o mano Jasmim. Quanto à mãe Lilás, deixou-se ficar no abrigo. Talvez tenha saído quando me afastei.

Corajosa ou curiosa, Faia aventura-se mais longe, para junto da doce Patti, que a foi cumprimentar!

Jasmim decide-se finalmente, embora se fique pela porta, enquanto que a mãe continua impávida sob o telheiro

Ginger

O Ginger fez análises e tudo está normal, excepto o hematócrito, que já tinha sido feito e que indica crise aguda de FeLV.

Voltei a levá-lo para a sua casinha no Refúgio... é lá que a sua vida deve decidir-se. No entanto, ficou num enorme isolamento, com caminha quentinha e prato de comida especial cheia de proteínas. Quem sabe? Quem somos nós para perder a esperança? A única coisa de que tenho a certeza é que mais nenhum dos meus gatinhos FeLV morrerá na clínica.

Doce Ginger, bem poderias ser o primeiro a contrariar todas as teorias descritas nos livros...

Piriquito

De tão normais que estão, as análises do Piriquito são inquietantes. Foi-lhe posta hoje uma sonda para o alimentar. A febre baixou um pouco.

Querido Piriquito, por favor, diz algo que nos faça sorrir...

O Ginger, do Sector Palhacinhos (FeLV), parecia mais magro e com o pêlo um pouco baço. Levado à clínica, tem uma anemia terrível, com 5% de glóbulos vermelhos.

A triste experiência diz-me que os gatinhos FeLV não têm qualquer hipótese quando atingem níveis de hematócrito próximos do limiar de sobrevivência, o que acontece de forma fulgurante. A fábrica deixa de funcionar e todas as tentativas não passam de martírio.

Mas hoje, servida uma latinha de comida especial, o Ginger atirou-se a ela. Não contente com isso, correu e quis ir brincar com os companheiros. É um comportamento surpreendente !

O Ginger regressou assim à clínica, onde foi posto a soro. Quem sabe?

Chegou o resultado das análises do querido Piriquito. Tudo está normal, apenas uma "ligeira infecção !!!

No entanto, o Piriquito está prostrado, tem febre e não come.

Amanhã, ecografia... Algo se passa que nos escapa.

Tenho horror a análises normais num gato que está doente, porque podem significar algo de grave.

A Evita viajou em silêncio. Mas, mal sentiu os solavancos do carro no carreiro que leva ao Refúgio e ouviu os miados do ruidoso Manchinhas, percebeu que chegava à sua casinha.

Aberta a transportadora, ei-la que saltou alegremente e correu para o seu telheirinho de eleição.

Dom Quixote: Foi em grande pompa e manifestações de alegria que o Dom Quixote voltou hoje ao seu adorado reino. Recebido de forma comovente pelos amigos, em especial pelo Buddy, foi de imediato fazer as unhas num tronco de árvore em sinal de felicidade. Rebolou-se nas ervas, percorreu as cabanas... Querido Dom Quixote, ainda não foi desta que caiu a espada de Dâmocles que pende sobre a tua bela cabeça !

Roy: O Chefe Roy foi à clínica e voltou! Recomeçaram os seus problemas de pele e, como é FIV +, convém actuar rapidamente. Enquanto que nos gatinhos saudáveis um eczema ou tinha se curam rapidamente, com o Roy é mais difícil e precisa de cuidados. Chegado à clínica, o Roy deixou fazer tudo o que era necessário, mas connosco a seu lado. Depois de partirmos, mais ninguém lhe pôde sequer chegar ao pé!

Sendo assim, regressou ao Refúgio, onde deixou deliciado que o tratassemos.

Surpreendente Roy, que tudo aceita de quem o salvou da miséria e maus tratos...

Mas ontem, Domingo, o Piriquito não participou de todos estes rituais, a tal ponto que o procurei. Encolhido na caminha de uma prateleira ao canto de uma das cabanas, o meu gatinho estava demasiado tranquilo.

Piriquito espera que eu saia do sector dos Mealheiros

Mais um que amanhã não estará lá...

Quando algum dos nossos gatinhos está internado, a sua ausência é ainda mais notada do que a sua presença habitual. Falta "aquele" que "devia estar ali" e não está!

É como perder a peça de um puzzle inacabado.

O Dom Quixote continua hospitalizado.

Teve de extrair todos os dentes, sofria de uma terrível gengivite, que o atacou de forma galopante e inesperada.

Querido Dom Quixote, a vida tem sido dura contigo, agora que há mais de 2 anos parecias feliz.

O amigo Buddy chama em cima dos muros, vem solícito "perguntar" por ti cada vez que chego, e parece uma alma penada à qual falta algo que nem sabe bem o que é. Também nós não entendemos a tua ausência e ainda menos o porquê da má sorte que te persegue.

A bela cigana Evita está curada da sua ferida na cabeça, mas ainda não pode regressar ao Refúgio, deitar-se ao sol sobre o "seu" telheiro junto aos cedros e subir ao mais alto para nele passar as tardes na caminha que ali fez !

A ferida tem uma "bela" crosta mas, se acaso a crosta sai cedo de mais, poderá reinfectar.

A Evita fica mais uns dias sob vigilância do veterinário, é mais seguro para ela, visto que recapturá-la em caso de urgência não é muito fácil.

Já vos falei do Fiscalito, nascido no Refúgio quando todos os gatos viviam em isolamento após a tempestade.

O Fiscalito continua a viver connosco e, esta Primavera, decidiu constituir a sua própria família, mas na casinha de pedra à entrada do Refúgio.

Tudo bem, é um prazer, só que esta casa está em construção e temos de esperar que os filhotes nasçam e aprendam a voar para colocarmos as janelas...

Na Primavera, além de aproveitar para lavar as mantinhas que aqueceram os nossos gatos no Inverno, é também necessário roçar as ervas que cresceram altas, para afastar parasitas, sobretudo carraças e formigas. Arejar o solo para evitar bolores e eventuais eczemas, tudo isto para dar aos nossos gatinhos a melhor higiene e saúde possíveis.

Mesmo que a roçadoura faça confusão a alguns, a maioria estão habituados. Por isso, todo o cuidado é pouco, é necessário proceder com método e devagarinho. Depois, há que varrer cabanas, telheiros e terraços. Uma azáfama que todos apreciam, menos o humano da vassoura.

Mas fica tudo limpinho e muito bonito. O pior é que há que procurar novos esconderijos...

Só ficaram árvores e arbustos, e agora onde é que nos escondemos?

Talvez aqui debaixo ou junto ao telheiro, porque dentro dos abrigos está muito calor!

Alguém sabe o que aconteceu aos maçicos de ervas altas que aqui estavam?

Tal como prometido, eis o Whitinho com o seu novo look todo modernaço, após ablação das orelhitas, um pouco comidas pelo sol. Ai os gatinhos brancos e o Astro Rei !!!

Árvores em flor, gatos que desfrutam das temperaturas amenas, chuva que desfaz a poeira, pássaros que chilreiam sem fim, ervas que despontam altas para "nos" escondermos, mantinhas de Inverno a secar ao sol...

A Primavera no Refúgio é muito agradável.

No entanto, é necessária muita vigilância: é o momento de eventuais tinhas ou outros eczemas, porque a terra está húmida ainda. São horas de observação, até que consiga ver todos, ou quase todos, de preferência os selvagens.

Mas a azáfama é grande e a alegria imensa. Lindos, lindos os meus gatos... Sobre ou sob os telheiros e arbustos!

A belíssima Kiki, do famoso clã dos Chanéis, que tem a particularidade de ser senhora de um olho azul e outro verde, tinha há alguns dias a zona do olhito azul um pouco vermelha.

Hoje, fechada que foi na cabana e capturada, seguiu direitinha para a clínica.

Nada de alarmante, a beldade tem apenas um ligeiro eczema em volta do olho, facilmente curável.

A Kiki não é dos mais fáceis Chanéis, mas vamos conseguir tratá-la.

Entre os altos cedros, onde encontra muitas vezes dois ramos acolhedores em forma de caminha, os telheiros e os telhados dos isolamentos, a Evita voa, sonhadora, em busca de horizontes longínquos.

Seres extraordinários, que desconhecem a vertigem e preferem observar o mundo de cima.

Altivos, em altura, nas nuvens, se possível fosse, olhando a Terra que o humano teima em destruir.

Um gato é um ser frágil, aventureiro, que exige vigilância e cuidados, a não ser que "esteja ali" por estar. Em casa há perigos, ao ar livre igualmente.

A Evita, uma das minhas mais belas ciganitas do Sector Roy, estava hoje na cabana! Não é seu hábito, mas para não a assustar mantive-me discreta, mas atenta, até que a vi mexer-se.

A Evita deitava sangue de uma ferida na cabeça.

Aguardamos notícias... mas parece que a Evita, que vive de preferência nas alturas, saltando dos telheiros para os altos cedros e vice-versa, poderá ter caído e magoar-se.

Não é difícil fazer entrar o meu Pirandello numa casinha de transporte, desde que seja das grandes... Basta um pratinho de comida lá dentro, e ei-lo que não se faz rogado.

Feitas análises, os rins estão bem, mas tem de ser vigiado.

Pois tem! E que mais faço eu todos os dias senão ver se algum não come, ver quem bebe demasiada água, quem não brinca, quem não corre atrás dos pássaros, quem não se comporta segundo os seus hábitos?

O querido Pirandello regressou hoje à sua casinha, miando e remiando de contentamento, enquanto percorria o seu espaço alegremente e era recebido com grandes cumprimentos pelos amigos Bellini, Ruivinho e Chefe Tété, e rodeado pelos outros, espantados com a sua ausência tão notada.

Não se equivoquem com este olhar inquietante, o meu Pirandello é a doçura em gato. Querido Pirandello !!!

O Tamir iniciou hoje a sua vida no Refúgio Jimmy. Regressou da clínica e foi juntar-se aos companheiros de colónia. Algumas semanas, alguns meses, ninguém sabe quanto tempo estes gatinhos levarão a conviver de forma civilizada com os futuros amigos através da rede do isolamento até poderem ser libertados.

Tamir, o sobrevivente da saudosa Colónia da Mammy...

O Pino, nascido no Verão passado numa casa sórdida em ruínas, de onde vem igualmente a bela Sol, foi hoje para o Refúgio, onde está em isolamento no Sector Buddy. A mãe, meiga, foi adoptada, assim como dois dos irmãos ainda muito pequeninos.

Os outros lá foram ficando! Continuamos a tentar salvar estes gatinhos, que vivem em condições miseráveis.

Quando foram capturados, em princípios de Outubro de 2010, alguns dos Mafrinhas eram muito pequeninos para serem esterilizados.

Faltava esterilizar a mais jovem donzela, bela e alegre como uma papoila, assim como 4 rapazinhos: uma beldade arruivada de pêlo comprido, dois cinzentinhos e um magnífico tigrado de olhos verdes, já muito sociável.

A jovem princesa regressou hoje da clínica após esterilização, mas... logo lhe saltaram em cima os manos cinzentinhos. Para que a menina não fosse incomodada, após uma saga indescritível capturámos de imediato os perigosos "violadores",  que partiram para a clínica de muito mau humor.

O ruivinho de pêlo comprido, que nos parecera oferecer mais perigo, porque mais corpulento,  já tinha sofrido essa desonra uns dias antes.

Após dois dias deste comportamento estranho, diferente, o Dom Quixote aterrou na clínica.

Ureia e creatinina elevadas, anemia.

O nosso doentinho, que há dois anos nos fez penar até recuperar a saúde, está novamente a ficar doente.

O Piriquito foi tratar da orelha direita. Tinha uma pequena ferida exterior, mas poderia tratar-se de uma otite.

Afinal algo se lhe tinha colado mesmo na base da orelha e ele coçava para tirar.

Pobre Piriquito! Ficou tão contente com tanta atenção só para ele que, de regresso ao Refúgio, voltou a entrar várias vezes na transportadora.

Mais fácil de tratar que o meu querido Piriquito não há!

Há cerca de 15 dias que um belo gatinho cinzento tipo chartreux vinha todos os fins de tarde percorrer os muros exteriores do Refúgio, em grande alarido.

Os gatos dos diferentes sectores, sem precisarem de relógio, subiam uns minutos antes aos muros interiores e esperavam-no como um visitante que traria notícias frescas do mundo. Dialogavam com ele, uns de forma mais ruidosa, outros de forma mais confidencial, mas sempre amistosos.

Chamei-lhe Tigris.

O Tigris foi capturado e, depois de castrado, chegou hoje ao Refúgio onde espera, no Sector Ribas, o dia em que poderá conviver com os outros sem rede a separá-los.

À chegada, foi recebido em grande pompa por uma delegação dos Ribinhas dirigida pelo Chefe Budagodes, que queria ver mais de perto a criatura que animava os seus fins de dia.

O Tigris tinha várias feridas antigas e recentes... e muita fome.

O querido Whitinho tinha as orelhas numa miséria.

Diga-se que é um adepto incondicional das longas sonecas ao sol, o que não é o melhor para um gato branco!

Antes que as coisas se complicassem, foi cortar as orelhas.

As fotos do novo look psicadélico só estarão disponíveis para os seus admiradores quando as orelhitas estiverem bem saradas.

Tinha também uma unha infectada, talvez a tenha prendido em algo.

Regressou ao Refúgio, Sector Mealheirinhos, cheia de energia, lavadinha, penteada, como uma jovem donzela.

Por quanto tempo não sabemos, porque a gengivite crónica exige tratamento regular.

É difícil levar este gatinho ao veterinário. Muito tímido, é necessário esperar até termos a sorte de o encontrar dentro de um abrigo, numa cabana ou num isolamento, para o confinarmos e capturarmos.

Também com gengivite crónica como a Lourencinha, o Allen regressou da clínica como novo.

A vida não pára no Refúgio Jimmy.

Aterrou hoje nos Palhacinhos a bela Sol, gatinha siamesa com cerca de 8 anos, meiga, carente, que continuava teimosamente a viver nas sujas e decadentes ruínas da sua vida e da sua casa onde alguém a abandonou há muito. Alguém que perdeu amor para a vida, sem se dar conta...

A Sol é FeLV positiva e precisa de apoio constante, além de poder contaminar na rua muitos dos gatinhos com quem partilhava prato e cama.

Esta menina ainda está em isolamento até se habituar aos novos companheiros.

Mais uma quase impossível de fotografar, porque se rebola constantemente no chão a pedir festas!

Chegaram hoje ao Refúgio Jimmy os dois jovens irmãos, preto, e preto e branco, companheiros do Tamir, retirados da antiga Colónia da Mammy.

O seu protector Tamir ainda está na clínica, à espera de recuperar da anemia. Estes gatinhos vivem num isolamento no Sector Ribas, até que o Tamir regresse e todos se habituem à sua nova vida.

Lilás, Jasmim e Maria Faia

A linda tricolor Lilás deu a vida a várias ninhadas, dizimadas...

Sobram da última dois filhos iguais e brancos como a neve, o Jasmim e a Maria Faia.

Esta pequena família foi viver para o Sector Buddy, onde ocupou o isolamento há muito deixado pelos Paganinis.

Sempre que me aproximo dos portões de cada sector, alguns gatos vêm logo cumprimentar. Mas todos os dias são sempre os mesmos que chegam primeiro e os mesmos que me esperam fielmente sem arredar pata. 

No Sector Buddy, vêm o Dom Quixote, o Buddy, a Angie e o Bé, na linha da frente,
timidamente seguidos pela Papoila e a Patti.

Mantêm-se firmes no posto o Chefe Buddy e seu amigo Dom Quixote, enquanto abro o cadeado.

No Sector Roy, é o inverso: a Joaninha, o Gugu e a Nanda dão o alerta, e são imediatamente invadidos pelo gang dos Chanéis, com o Chefe Roy a furar para ficar na primeira fila!

Nos Mealheirinhos, vêm infalivelmente o Chris e o Rocky,
que se esfregam na rede à vez, em sinal de amizade...

Nos queridos Palhacinhos, cuja rede é dupla para impedir o contacto com o sector contíguo, chega primeiro o Pirandello, sempre seguido, como se fosse a sua sombra, pelo Ruivinho,
e depois a Tété, que se aproveita do seu estatuto de Chefe para passar à frente.

Aliás, esteja em que sector estiver, a Moreninha mantém-se firme junto ao portão a chamar, até que chegue finalmente a vez da tão ansiada visita aos Ribinhas.

Os filhotes da bela siamesa Angie foram finalmente libertados do seu isolamento, após esterilização.

Três meninas e um rapaz, todos mais selvagens uns que os outros, apesar de capturados com apenas cerca de 12 semanas e de tentativas diárias de socialização.

Fotos? Só se for com teleobjectiva de profissional.

No Refúgio Jimmy, faz-se o que se pode...

Haziel, a magnífica cinzentinha

e a pretinha Rafi ou Gabi (?)

que regressam ao isolamento, local que representa a segurança, quando sentem a minha presença
Onde está o preto e branco Angel?

Nem tudo é liberdade no Refúgio Jimmy!

O Vladimir e o Manchinhas vivem fechados, em isolamentos contíguos no Sector Roy, e provavelmente assim ficarão o resto da vida.

Histórias tristes que traumatizaram estes gatinhos, de tal forma que é difícil, senão impossível, mudar-lhes o carácter que os revezes do destino lhes incutiram.

O Vladimir foi criado sózinho, como um menino mimado.

Mas um dia a dona morreu e o dono, que segundo parece nunca gostou do gatinho, foi entregá-lo a um gatil.

Em poucos dias o Vladimir começou a definhar de tristeza e depressão. Deixou de comer e a coriza, corrente nos gatis, atacou-o gravemente.

O Vladimir veio viver connosco. Foi alimentado à colher e recuperou a saúde e a alegria de viver.

Aceita o contacto dos companheiros através da rede, mas as tentativas de os juntar saíram logradas. Ao fim de algum tempo, o Vladimir ataca humanos e gatos!

O Manchinhas tinha uma família!

Um dia caiu da janela e foi parar a um hospital veterinário com uma perna partida.

Regressou a casa e, pouco depois, voltou a "cair" da mesma janela e a partir a perna...

Os donos levaram-no ao mesmo hospital e aí o largaram, dizendo que não o queriam mais.

O Manchinhas ficou nesse hospital mais de 8 meses numa jaula. Ninguém o quis!  

A perna está agora curada e o Manchinhas está gordo e anafado. Mas a vida foi dura para ele. Pede muitas festas e carinho, mas, quando menos se espera, ataca violentamente, ferindo com gravidade. O tempo de ternura que lhe é dado receber exije grande controlo. É preciso conhecer o Manchinhas para lhe dar o que ele precisa sem correr perigo.

Talvez um dia, quem sabe?

Ontem recebemos a visita da Ana, Coordenadora do Núcleo de Mafra do Projecto Ajuda Alimentar Animal.

A Ana veio trazer-nos comida para os nossos gatinhos, mas, sobretudo, trouxe a simpática família e com ela muita alegria e mãos para festinhas. O jovem Alexandre não teve repouso com a máquina fotográfica e o pequenito Afonso, fascinado, fixou-se na querida Joaninha, perplexo pela sua curta e deliciosa cauda.

Obrigada à Ana e família, obrigada ao PAAA pelos saquinhos de comida.

No entanto, houve um senão: ando eu há meses a tentar fazer retratos dos gatos do Refúgio, para afinal o Alexandre, numa simples tarde, sem esforço aparente, ter conseguido tirar dos mais belos que já vi. Que injustiça!!!

A visita começou pelo Sector Buddy, onde foram dignamente recebidos pelo intrépido chefe e seus compinchas, com a Angie, o Dom Quixote e a Fanny na linha da frente, entusiasmados com a máquina fotográfica e caras novas.

A tímida Mizzi, por sua vez, continuou impávida na cabana, enquanto os outros, quais latinos benzidos pelas brisas do Atlântico em dia de sol, acharam que a hora da sesta é sagrada e nem as visitas os demoveram.

Alguns, os mais tímidos, mostravam apenas os olhitos pela abertura dos abriguinhos...

No Sector Roy, os visitantes foram invadidos pelo famoso gang dos Chanéis, mas, como não podia deixar de ser, o bebé Shamir, o Lucas e, desta vez o Bardo também, fizeram o seu famoso número de circo à porta do isolamento do pobre Vladimir, de que um dia vos falarei... 

O doce Piriquito, o altivo Gugu e a bela Kiki, cientes da sua beleza aristocrática, dignaram-se pousar em especial para a foto.

Nos Ribinhas, além de ter tido o prazer de aturar a Moreninha, sociável de serviço, o Alexandre conseguiu capturar em foto a bela tartaruguinha Gertrudes e o Chefe Budagodes, no seu posto de comando, em plena tentativa de socialização do querido João Gatão! 

Quanto aos Palhacinhos, estavam quase todos a dormir!

Foi preciso chamar e procurar nos abrigos, sobretudo o Bellini e o Ginger, que vieram finalmente ainda bocejando, ver o que se passava de tão interessante.

Para a foto, pousaram o Ruivinho e o amigo Pirandello, este sempre de olhar altivo, escondendo ciosamente um dos mais comoventes corações felinos.

Obrigada à Ana, marido e filhos por esta agradável visita e pelos saquinhos de comida que amorosamente recolheram nas campanhas.

Obrigada ao Alexandre pela calma que inspira e pelas fotos, e obrigada ao Afonso que, apesar da jovem idade, soube comportar-se como um senhor perante tanto gato não sociável e tímido com os estranhos.

Parabéns ao PAAA pela iniciativa de angariação de alimentos em favor das associações e particulares com animais a cargo. Nesta guerra, todas as frentes de batalha são necessárias e esta é preciosa.

A jovem Sininho foi passar alguns dias na clínica.

Tinha um olhito meio fechado e, uma vez mais, foi uma saga apanhar um arisco para tratamento.

No Sector Roy esta actividade transforma-se numa verdadeira odisseia, já que, quando por sorte a vítima arisca entra numa cabana, entram vários sociáveis para ver o que se passa.

Mas bastou distribuir discretamente comida apetitosa no exterior, vedando o caminho da saída à Sininho, para entreter os Chanéis e compinchas.

Depois, "encurralada" a Sininho a um canto, o resto foram as habituais manobras de só lhe dar como porta de saída... a porta de entrada na transportadora!

Os Chefes de Sector do Refúgio Jimmy são pomposamente nomeados quando satisfazem várias condições, entre as quais a antiguidade.

Mas, sobretudo, devem ser carismáticos, embora pachorrentos, tolerantes e acolhedores, de modo a criarem estabilidade e inspirarem confiança e respeito aos novatos.

Muitos dos gatos dos diferentes sectores têm estas características, mas falta-lhes por vezes uma muito importante: serem sociáveis com os humanos para dar o exemplo.

No Sector Buddy, que inaugurou o Refúgio, o chefe incontestado e que assume responsavelmente a sua missão é o querido Buddy.

Paciente, curioso, afável, brincalhão e companheiro, embora um pouco interesseiro quando se trata de lindas donzelas.

Mas o Dom Quixote, seu maior amigo do peito, e os outros perdoam-lhe as infidelidades e tudo se passa com paz e cumplicidade.

Querido Buddy!

Surpreendente Roy!

No Sector Roy, o primeiro gato a chegar foi o surpreendente Roy.

Tímido, selvagem, esquelético, ficou cerca de 3 meses escondido, só se mostrando para vir comer.

Mais tarde, quando surgiu o Ruizinho, nasceu-lhe uma alma nova. O Roy desabrochou para tudo, como se num minuto o Sol tivesse nascido só para ele.

Extremamente afável e companheiro, paciente, divertido, meigo e... sociável.

O encantador Rocky é o chefe do Sector Mealheiros.

Deveria ser o Pai Mia, mais velho e muito sociável com os humanos, mas o Rocky tomou-lhe o lugar porque representa para os outros a estabilidade, a delicadeza, a paz, a harmonia e a amizade felinas.

Sociável e meigo, até os gatos do Sector Roy, contíguo, desfrutam da sua doçura através da rede que os separa.

O Rocky fala, brinca, corre, pede e faz festas a todos, gatos e humanos. Um encanto!

Encantador Rocky!

Doce Tété!

A doce Tété é a Chefe do Sector Palhacinhos.

Esta bela princesa tricolor acolhe sem reticências qualquer novato que apareça, seja menino ou menina. Nada a ofusca, nem gato nem humano, e nada abala a sua alegria de viver.

Sonhadora, observa muitas vezes tranquilamente os companheiros e, de repente, corre para eles, brinca e faz festinhas.

A minha Tété Palhacinho é uma doçura!

No Sector Ribas, o Chefe é o divertido e pachorrento Budagodes, que lida com todos com ternura e carinho.

Até o seu "diferendo" com o João Gatão seria inexistente se o João aceitasse as brincadeiras dos outros e levasse as coisas com mais ligeireza... sobretudo o sentido de humor do companheiro!

O Budagodes é amado e respeitado, e quer os novatos quer as meninas se encostam a ele, como a uma muralha que os protegerá de todos os perigos inesperados!

Pachorrento e divertido Budagodes!

Não é nada fácil fazer o retrato de um gato no Refúgio!

Os sociáveis colam-se às minhas pernas e os ariscos afastam-se demasiado quando os fixo.

Mas aqui vão algumas tentativas de rostos belos, comoventes e misteriosos...

Dom Quixote

Papoila

Whitinho

Angie

Pirandello

Rocky

Mocha

Bellini

Ginger

Ruivinho

Tété

Lolita

Leo

Silvestre

A Lili foi hoje isolada para poder ir amanhã mostrar a boca ao veterinário.

A Lili baba e parece ter dificuldades em comer.

A mãe Liza, o Pai Mia e o mano Allen já sofreram do mesmo mal e, depois de lhes terem sido extraídos alguns dentes, melhoraram.

A Lili é muito tímida, foi um sarilho para a fazer entrar num isolamento, e amanhã será outro para a meter numa transportadora.

Quando me veio cumprimentar, embora a uma certa distância "de segurança", vi que tinha o lado direito da cara inchado. Atraí-a discretamente para dentro de uma cabana, onde muitos entram quando ouvem o som da comida.

Quando se viu fechada, ficou muito calma, deitada numa caminha. Mas depois não foi fácil metê-la na transportadora! Impávida, teve de ser docemente empurrada para um canto e "arrumada" com mão de mestre.

Em breve regressará para junto dos outros Ribinhas, foi uma intervenção muito simples.

É um dos nossos cuidados, criar nos gatos não sociáveis um reflexo ou um hábito, por exemplo com a comida ou outro ritual diário, que os faça entrar numa cabana ou abrigo de forma a serem mais facilmente capturados em caso de necessidade.

Os gatinhos do Refúgio dão-se todos bem e fazem amizades comoventes. Com o tempo, muitos emancipam-se do clã inicial em que viviam na rua e descobrem novas afinidades.

Brincam e dormem juntos nas cabanas ou no exterior, em pequenos grupos ou dois a dois, em total harmonia.

Quem nos visita nunca assistiu a qualquer momento de tensão, antes pelo contrário.

Fanny e Dandy, dois brincalhões que se adoram

A doce Patti e o Pretinho, uma relação de ternura

Açucena e Amarilis caçam sempre juntas

Dom Quixote vai saltar sobre o pobre Buddy

O grande Lucas brinca com o pequenino Shamir

Nina Chanel e a cigana Evita, um encanto!

Pinóquio e Gardi, inseparáveis!

Ruivinho e Pirandello, uma amizade inesperada!

Os irmãos Leo e Caipirinha, onde vai um, vai o outro

Budagodes e Dona Branca olham na mesma direcção!

A jovem Sininho seduz o amigo Ivan!

Os irmãos Mealheiros Willy e Rocky

Ivan e Kiki, sempre juntos nas cumplicidades

Fanny sempre a chamar a atenção do Chefe Buddy

Mas há contudo uma excepção infelizmente! O João Gatão e o Budagodes, do Sector Ribas, velhos guerreiros impedrenidos, já pouco amigos na errância, ainda não conseguiram ultrapassar antigas querelas entre si.

Como o Budagodes é o Chefe do seu sector, adorado e respeitado por todos, coube ao João Gatão, último a chegar, ficar isolado até que o tempo lhes faça ganhar juízo.

Lindo João Gatão e pachorrento Budagodes, o tempo é que manda...

O clã dos Paganinis, Paganini, Amarilis e Açucena do Sector Buddy, actuam como uma orquestra bem afinada.

Onde está um é certo que irão chegar os outros dois. Em geral, o Mestre dá o mote com a batuta bem firme e as meninas tocam a ária do momento: caça a um bichinho, jantar ou simplesmente repouso ao sol...

Um Paganini...

Dois Paganinis...

Três Paganinis!

Um Paganini...

Dois Paganinis...

Três Paganinis!

O bebé Ziggy começa a perder o medo e já sai do abriguinho mesmo com a minha presença por perto!

Quando o encontrei na rua doente, estava sempre encolhido imóvel a um canto. Agora dá pulos atrás das borboletas que se atrevem a entrar no isolamento e chama os outros para brincar através da rede.

O sensível Lucas, apaziguador de todas as mágoas, acede sempre ao pedido do bebé.

Convidando o Lucas para brincar

Apesar de o seu futuro espaço estar já praticamente terminado, os gatinhos da Colónia da Vila ainda estão em isolamento.

Alguns são jovens machos, outros bebés que ainda não podem ser esterilizados. Adultos e pequenitos esperam juntos esse momento histórico para serem finalmente libertados.

Mas a maioria já perdeu o medo da minha presença e, sobretudo, da máquina fotográfica!

Jovens e adultos aguardam juntos o momento da liberdade!

Espreitando por debaixo dos telheirinhos

Belezas tigradas de olhar perturbante!

Ao sol, sobre a pedra quente

Saltitando entre os isolamentos contíguos

Beldade tricolor dirige-se para cima do telheirinho onde sonha, ao longe, para lá da rede...

Uns quase laranja, outros mais claros ou com mistura de branco, os gatos ruivos são muito apreciados e em geral são machos.

No Refúgio Jimmy temos o Ruivinho e o Ginger nos Palhacinhos, os irmãos Leo e Silvestre nos Ribinhas, e as irmãs Sininho e Roseta, duas raridades, nos Chanéis.

O pequenito Ziggy chegou hoje ao Refúgio Jimmy, onde foi ocupar um isolamento no Sector Roy. Muito tímido com os humanos, o bebé bem gostaria de brincar com os outros gatinhos, porque vem à rede chamá-los quando sente que me afastei.

Mas por agora tem de ser assim e, caso continue difícil de socializar, terá de ficar isolado até à castração.

O futuro companheiro Shamir teve mais sorte, pode gabar-se de ser o único gato não esterilizado em liberdade no Refúgio, porque, apesar de ter nascido na rua, cedo demonstrou que se deixará facilmente apanhar quando chegar o momento de viver a grande aventura na clínica.

São muito, muito poucos os gatinhos do Refúgio apadrinhados.

Aproveito, aliás, para fazer um apelo a quem puder escolher como afilhado um dos nossos residentes, para o acarinhar em especial, receber notícias ou enviar-lhe um presente.

A linda e divertida Joaninha é apadrinhada pela Vânia, e pousou para a madrinha.

Quem estará neste abriguinho, madrinha?

Ninguém? Então vou brincar para outro lado!

O encantador Lucas, amigo de todos

A bela Safira, sociável e faladora

Thais, a magnífica

Os ariscos: David ou Jamila...?

No ano passado, quando durante longos meses os gatos ficaram fechados em isolamentos enquanto era colocada a nova vedação, um casal de coloridos passarinhos decidiu fazer o ninho na pequena casa da bomba de água.

Sempre que precisávamos de lá ir, era com infinitos cuidados para não assustar mãe e filhotes.

Primeiro vimos os ovos, depois "assistimos" ao eclodir e por fim aos primeiros bater de asas.

Chamámos-lhe o Fiscalito.

Com ele, temos fiscalização garantida!

Hoje, apesar do sol, estava muito frio, por isso muitos dos nossos gatinhos decidiram recolher-se nas cabanas e nos abrigos ou debaixo dos telheiros. Alguns irredutíveis continuavam incansavelmente no exterior, olhando sobranceiros os friorentos.

As irmãs Mizzia e Akira na cabana

Mizzia junta-se a Pandora na caixa junto à janela

Nabuk na caixinha e Olivita no exterior

Ivan, o grande adepto das cabanas

Bardo, Nandinho e Nando

Shamira no seu telheirinho

Nandinho nas mantas acabadas de lavar!

Ivan substitui Nandinho...

Lili no seu abrigo privado

Branquinhos e ciganitas ao sol num telheiro

A ciganita Esther na cabana

Mestre Paganini na sua casotinha preferida

Hoje esteve um dia muito calmo no Refúgio. Apenas se ouvia o chilrear dos pássaros e, de longe em longe, um ou outro gato que se dignava caçar algum bichinho.

Parecia um dia como tantos outros, mas não era!

A doce Dina não veio receber-me ao portão com os amigos, não ajudou a distribuir a comida na cabana, não se deitou junto à grande pedra a fazer-me companhia, não veio pedir festinhas, não me veio acompanhar quando parti.

Linfoma intestinal...

Meiga, tranquila, amiga dos companheiros, a Dina, da família dos Chanéis, foi das gatinhas mais encantadoras que conheci.

Dia calmo, triste dia!

Depois da tribo dos pretinhos, dos branquinhos e dos siameses, apresento-vos a tribo das tricolores!

As gatinhas ditas "tartarugas" têm um encanto muito especial. Mais escuras ou mais claras, com mais vermelho, preto ou castanho, com ou sem branco, todas elas são encantadoras.

Há quem diga que são senhoras de um carácter de fogo, dos mesmos tons fulvos que estranhamente lhes suavizam a pelagem.

Há no Refúgio Jimmy várias tartaruguinhas, dos mais variados estilos, todas elas magníficas:

Tété e Gardi nos Palhacinhos; Mimosa, Papoila, Pandora, Mizzy e Akira nos Buddys; Gertrudes, Xana, Xica e Caipirinha nos Ribinhas; Romeira nos Chanéis.

A bela Angie foi hoje libertada do seu isolamento.

Separada dos filhos há já algum tempo para facilitar a socialização de mãe e filhotes, e permitir a captura destes em isolamento para esterilização, a Angie pedia há várias semanas espaço e liberdade.

Aberta a porta, saiu tranquilamente, sem qualquer receio, e passeou pelo espaço Buddy, seguida de longe pelo chefe, muito sensível à beleza das princesas do seu reino.

Angie alguns minutos depois...

Angie e, ao fundo, os filhotes ainda em isolamento

Suficientemente pequeno e ágil para se esgueirar por qualquer fresta; exímio predador, paciente e veloz, que espreita imóvel a presa e lhe salta em cima com a rapidez do relâmpago; autónomo na escrupulosa higiene da bela pelagem; fortes garras, mãos de veludo; capaz de viver no frio e no calor, adaptando a temperatura do próprio corpo; feroz na caça, sensual e terno no amor; sobrevivente das maiores adversidades e atrocidades, frágil e sensível como uma pétala ao vento.

Jimmy, o inspirador do Refúgio

No Refúgio Jimmy há vários gatos de tipo siamês, uns mais raçados do que outros:

Gugu, Evita, Katya e Olenka nos Chanéis; Mocha, Ipanema, Spok e Moreninha nos Ribinhas; Angie nos Buddys.

A bela Shamira e o filhote Shamir já passeiam livremente no Sector Roy.

Regressado da clínica após uma pequena constipação, o Shamir ficou triste por voltar ao isolamento, apesar de a mãe ainda lá estar à espera dele. Durante dois dias, brincou com os outros através da rede, em especial com a Sininho e a Roseta, jovens donzelas pouco mais velhas do que ele, pedindo mais espaço e liberdade.

Mal se viu em liberdade, o Shamir foi procurar as amigas e brincou como só um gatinho sabe brincar... A mãe, mais recatada, escolheu o grande telheiro onde aproveitou para tomar banhos de sol.

E que madrinha!

Em especial para a Vânia, aqui fica a bela Joaninha, a mais meiga das gatinhas.

Sou eu, madrinha, com o meu delicioso rabinho curto, mas sobretudo com a minha doçura, sensibilidade e singeleza, que te envio muitas festas e miminhos.

O ano passado terminou da melhor forma, com a visita de amigos, voluntários na Associação Patas Errantes, sempre presente nos bons e maus momentos dos Gatos Livres desde o início.

Amantes da gente canina, à qual dedicam tempo e amor num trabalho exemplar, não se esqueceram dos nossos gatinhos, que andaram em grande azáfama, curiosos daquelas criaturas com cheiro a cão.

Como não podia deixar de ser, onde há gato há modelo vaidoso e ciente da sua beleza, por isso o fotógrafo de serviço não teve mãos a medir.

Nem sempre os mais sociáveis são os mais fáceis de fotografar, quer porque se colam às nossas pernas,
quer porque a sua sagrada sesta foi escandalosamente interrompida

como é o caso do Chefe Roy, imbuído da sua missão de responsável de sector

ou do Pirandello, acordado por ahs! e ohs! de admiração perante tanto felino!

Mas há os que pousam deliberadamente à simples imagem de uma objectiva, metendo-se à frente de um eventual concorrente que, na sua douta opinião, não lhes chega sequer às almofadinhas em beleza.

como a magnífica Kiki

o ruivinho Ginger

ou a tartaruguinha Xana

Há ainda os snobs, que fingem não ligar, mas aos quais nada escapa...

como o imponente Nabuk

a discreta Papoila

o encantador Dandy

o sensível Gugu

a doce Patti

ou a comadre Dona Branca

Os que brincam sem complexos

como o Roy e a Nina

ou o Dandy e o Nabuk

E os que seguem despreocupados o seu caminho...

como o Bardo e o Ivan

ou o Piriquito

E há os que cumprem à risca o ditado "gato escondido com o rabo de fora"...

como o jovem Silvestre

o mal-humorado Pirandello tirado da sua sesta

o querido Bellini

ou a tímida Sakarina

Enquanto que outros se derretem sob a tão desejada carícia e outros ainda decidem ir jantar, que se faz tarde

como o bolímico de festas Ginger

os Ribinhas, que nada demove do prato

ou o famoso clã dos Chanéis, sob o olhar complacente do mano Bardo, que já jantou e se prepara para a noite

Gato é persistente como um gato, e a Moreninha consegue sê-lo ainda mais do que o normal !

OBRIGADA aos voluntários das Patas Errantes por esta magnífica tarde!

OBRIGADA à Vânia por se ter sacrificado atrás da máquina fotográfica!

OBRIGADA à Cristina, motorista desta alegre e solidária excursão!

Dia magnífico no Refúgio, cheio de sol e propício a fotos, para os nossos gatinhos começarem bem o ano...