OS GATOS DEIXAM PEGADAS NO NOSSO CORAÇÃO

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O dia-a-dia no Refúgio Jimmy

seta01.gif (842 bytes)     2011    

2010

Gatos Livres

 

24 de Dezembro

Hoje esteve um dia muito agradável no Refúgio Jimmy com sol toda a manhã. Muitos gatinhos sobre os telheiros, muita corrida, muita alegria.

É Natal. Como estarão os milhares de gatos e outros animais sem abrigo, sem comida, sem ninguém?

Como estarão os que foram abandonados nestas mini-férias?

Boas Festas a todos os que recolheram em sua casa um destes animais e lhe dão um Natal todos os dias.

Chanéis

 

22/23 de Dezembro: Blacky

Faz esta madrugada um ano que o Refúgio Jimmy foi destruído pela tempestade.

Apesar da maioria dos 53 gatos então residentes serem selvagens, todos regressaram, a pouco e pouco, no mesmo dia e nos dias seguintes, apanhados ao colo ou capturados, excepto o Blacky.

Gatinho esquecido pela família que mudou de casa, o Blacky, esquelético, cheio de tinha e contaminado pelo FeLV, foi tratado e levado para o Refúgio, onde uma alma e um corpo novos lhe nasceram. Meigo, carente, muito sociável e falador, o pretinho vivia feliz no Sector Palhacinhos.

O Blacky era um dos gatos que nem teria exigido captura, bastaria ouvir-me e viria a correr.

Nos primeiros meses, chamei, percorri esperançada os pinhais em redor e, quando visitava os meus Palhacinhos, parecia-me ouvir o seu miado característico e inconfundível.

Passado um ano, o Refúgio está totalmente reconstruído e acolheu dezenas de novos gatos, mas o Blacky não regressou...

 

16 de Dezembro

icon.jpg (1130 bytes)     Dina

A Dina, do grupo dos Chanéis, foi hoje hospitalizada.

Há algum tempo que parecia emagrecer, apesar de bem disposta e brincalhona como sempre.

Tentei ver se comia e dei-lhe algo de apetitoso, que apenas lambiscou.

Doce e calma, a Dina deixou-se examinar sem qualquer receio.

São um encanto os meus Chanéis!

Dina

 

     Lourencinha

A Lourencinha foi fazer a revisão à boca e regressou hoje à sua casinha, no Sector Mealheiros.

Esta gatinha precisa de ser tratada regularmente devido a uma inflamação crónica que, apesar de não a impedir de comer, lhe cria algum desconforto se não for tratada.

Portou-se muito bem e começa a deixar-se observar sem lançar a patinha malandreca...

   

Lourencinha

 

13 de Dezembro: A tribo dos pretinhos e a Estrela da Sorte

Reza a lenda que, na Idade Média, quando a superstição levava ao extermínio dos gatos pretos, bastava que o gato tivesse uma pequena mancha branca no peito para ser salvo da fogueira. Era a Estrela da Sorte! Hoje em dia, passados alguns séculos, o gato preto ainda não é muitas vezes aceite como os outros e há mesmo quem o maltrate devido à cor.

No entanto, são gatos comoventes de doçura e, quando a luz do sol dá ao pêlo brilhante e sedoso os tons azulados de azeviche, são belos como o céu numa noite de Verão.

São muitos os gatos pretos que alegram o Refúgio, em todos os sectores. Alguns todos pretos, outros com a estrelinha branca no peito.

Nos Buddys, a Patti, a Vickie, o Pretinho e 2 dos filhotes da Angie; nos Roys, o Piriquito, a Nina, a Pietra, o Nando, a Nanda; nos Palhacinhos, o Bellini, o Pirandello e a Paquita; nos Ribinhas, o Mali e o Ballardo; nos Mealheiros, a Jade e o Lourencinho.

Patti

Pretinho

Nando

Nanda

Bellini

Jade

Paquita

Piriquito

Pirandello

Vickie

Mali

Pietra

Lourencinho

Nina

 

1 de Dezembro: Angie

A bela siamesa Angie transitou sózinha para um isolamento, de modo a facilitar a captura dos 4 filhotes, que irão em breve passar na clínica pela grande aventura da iniciação à idade adulta para poderem finalmente viver em paz e liberdade no Sector Buddy.

A Angie gostou da mudança. Os filhos agora já grandes começavam a incomodá-la.

Angie

Filhotes da Angie em isolamento

 

2 de Dezembro: Ruivinho e Sakarina

Quem conhece os gatos sabe até que ponto nos surpreendem. Quando o encontrei na rua, o Ruivinho chorava, escondido debaixo dos carros. Além de doente e esquelético, parecia ter muito medo dos outros e das pessoas.

Afinal, o Ruivinho não é nada medroso, antes pelo contrário! Mal se viu de porta do isolamento aberta, não esteve com meias medidas. Percorreu todo o espaço dos Palhacinhos, cumprimentou os outros sem qualquer receio nem agressividade e imitou-os em tudo, até no pedido de festinhas. Parece que sempre ali vivera, e os companheiros aceitaram-no sem quaisquer reticências.

Há já algum tempo que o Ruivinho e eu sonhávamos com este dia!

Ruivinho

Tété, Ruivinho, Pirandello e Ginger

Quanto à sua companheira Sakarina, mais tímida, esperou alguns momentos antes de se aventurar no exterior do isolamento, mas não se atrapalhou e, depois de dar umas voltas pelo espaço, descobriu logo a cabana e a caminha que lhe convinham.

Sakarina

Sakarina

 

29 de Novembro: Os Mafrinhas

Capturados numa zona muito movimentada, os meus gatinhos da Colónia da Vila viviam numa casa em ruínas que vai ser demolida.

Foi um total de 20 gatos, retirados num espaço de tempo mínimo. Tigrados, cinza ou dourado - excepto um branco - de olhos verdes ou cor de mel, todos eles mais lindos uns que os outros.

Quando me aproximo, a maioria ainda se esconde dentro dos abriguinhos, mas outros, mais afoitos, continuam tranquilamente junto ao prato ou a apanhar banhos de sol sobre o telheiro.

Muitos bebés, que não puderam ser ainda esterilizados, vão atrasar a libertação deste grupo no sector que está preparado para os receber, mas, quando chegar o dia desse grande acontecimento no Refúgio, poderão começar finalmente a caçar os pássaros que hoje vêem voar através da rede ou mesmo poisar sem vergonha no tecto do isolamento...

 

Na clínica
Mãe e jovem filhote ainda na clínica

Mafrinhas

Mafrinhas

Mafrinhas

Mafrinhas

Mafrinhas

No Refúgio

Mafrinhas em isolamento no Refúgio

 

23 de Novembro: O gato que espreita

As irmãs Sininho e Roseta, recém-chegadas ao Refúgio, espreitam-me pelo buraco do abriguinho, para além do acrílico que protege o seu pequeno telheiro.

O Pai Mia espera que eu acabe a sessão de fotos para me seguir, enquanto que o Mich observa através do buraquinho do grande telheiro.

Uma tartaruguinha das Ribas espreita-me por detrás de uma árvore...

Sininho e Roseta na sua cápsula de extra-terrestres

Pai Mia e Mich

Ribinhas

Jackie

Buck

Quanto aos irmãos Buck e Jackie, escolheram as traseiras de uma cabana para controlarem os meus movimentos...

 

20 de Novembro: Thais

Apesar de ter sido necessário cortar-lhe as orelhitas, a Thais, com o seu porte altivo e passo elegante, nada perdeu em beleza.

Em especial para a Isabel e Ilídio, padrinhos da magnífica família dos Branquinhos, aqui ficam as primeiras fotos de Sua Alteza a Princesa Thais.

Thais sobre o grande telheiro

Thais

Thais corre e brinca com outro branquinho

 

18 de Novembro: Ruivinho e Sakarina

O Ruivinho sentia-se muito só no seu isolamento. Convidava constantemente com a patinha os outros a brincarem com ele através da rede.

Ainda o faz, mas, desde que a Sakarina veio fazer-lhe companhia, ergue a cauda em sinal de amizade e vê-se-lhe um novo brilho no olhar.

Quanto à Sakarina, começa a imitá-lo. Vem junto à rede ver os outros e, quando me aproximo, já não se esconde.

Sakarina

Ruivinho

Ruivinho convida Bellini a brincar

Sakarina e Ruivinho

 

17 de Novembro

icon.jpg (1130 bytes)     O Palhacinho Pirandello regressou aos seus domínios, embora continue a tomar medicamentos. Está muito melhor, já fala constantemente enquanto anda, como é seu hábito, de preferência encostado às minhas pernas. 

icon.jpg (1130 bytes)     A Liza, ou Mãe Mia para os amigos, regressou também à sua casinha, mas ficará ainda uns dias em isolamento. O seu mal eram alguns dentes em mau estado. Já come muito bem e está até muito contente, porque tem direito a latinha, que ela adora.

icon.jpg (1130 bytes)     Em contrapartida, o Allen, tigradinho igual ao mano Willy Fujão, mas muito tímido e frágil, foi ocupar o lugar da mãe na clínica. Babava e tinha os dentes numa miséria.

Para o capturar, foi uma saga muito parecida com a da Liza, mas lá conseguimos depois de vários dias de um jogo de escondidas, cujas regras só eu conhecia. Ontem apanhei-o a dormir num abriguinho e encurralei-o traiçoeira mas suavemente lá dentro. Em seguida, foi ainda mais suavemente obrigado a transitar para uma transportadora. Apesar das aparências, foi ele que ganhou o jogo!

 

15 de Novembro

Quando vejo os meus gatinhos das Ribas, não me posso impedir de recordar os tempos em que ia espreitá-los de coração apertado, debruçada no muro, sonhando que um dia os tiraria dali e lhes daria uma vida melhor.

Viviam sobre a falésia, virados para o mar, de onde vem o vento e a chuva, abrigando-se como podiam nos buracos da rocha.

Alguns caíam à praia... sobretudo os bebés, os doentes, ou algum macho durante as lutas.

Lá estão o Pinóquio - que passou a viver nos Palhacinhos - a tartaruguinha Gertrudes, a Ipanema e os quase branquinhos Fénix e Laçarote - que se tornaram felizes habitantes dos Ribinhas.

Quem diria que o sonho se tornaria realidade?

Os gatos das Arribas

Brincam agora num grande espaço, com árvores, arbustos, cabanas e abrigos, e repousam à sombra dos telheiros.

Fénix (ao fundo) e ciganita

Pinóquio e Tété

Laçarote

Dona Branca, Lolita e Mali

 

14 de Novembro: Paganini, Amarilis e Açucena

Mestre Paganini e as amigas Amarilis e Açucena não se fizeram rogados para sair do isolamento, no Sector Buddy, mal viram a porta abrir-se.

Paganini e Açucena escolheram refugiar-se sob os arbustos do muro norte, perto do seu antigo isolamento e o mais distante da entrada, abrigados dos olhares indiscretos dos humanos.

O Chefe Buddy dormia a sesta e delegou na incansável Mimosa a missão de controlar os tímidos novatos.

Quanto à bela Amarilis, decidiu aventurar-se sózinha um pouco mais longe...

Paganini, Açucena e Mimosa

Amarilis

Paganini, Açucena e Mimosa

 

12 de Novembro: Shamira e o filho

A Shamira chegou hoje ao Refúgio com o filhote. Como o rapazito precisa de espaço para brincar, foram ocupar um amplo isolamento no Sector Roy, aquele que em tempos acolheu as 7 ciganitas.

 

10 de Novembro

icon.jpg (1130 bytes)     O Pirandello teve de voltar a ser hospitalizado. Continuava sem urinar normalmente. Faz muita falta no Refúgio, este Palhacinho mimado e expressivo.

icon.jpg (1130 bytes)     A Liza continua internada. Os rins estão bem, aguardamos resultados de outras análises que foram feitas. Depois de escovada ficou com melhor aspecto. Se ao menos não fosse tão tímida e selvagem! Calma, tranquila, ponderada, esta gatinha discreta ocupa um lugar muito especial no Sector Mealheirinhos

icon.jpg (1130 bytes)     O Bé, do Sector Buddy, também está na clínica. Constipou-se e parece mais entupido do que o habitual. Como tem dificuldade respiratória crónica deve ser tratado com muitos cuidados.

 

8 de Novembro: Liza

A Liza, mais conhecida por Mãe Mia, do Sector Mealheirinhos, foi hoje hospitalizada. Há algumas semanas que não parecia bem, com o pêlo muito feio como se não se lavasse.

Muito tímida, embora muito calma, a Liza é um dos gatos do Refúgio que se manteve selvagem.

Uma das grandes preocupações é ver se os gatos que recusam o nosso contacto comem e brincam ou se estão doentes para os podermos tratar. Mas apanhá-los em caso de necessidade é ainda outra história!

Apesar de todas as tentativas e artimanhas, a Liza nem deixava sequer que me aproximasse dela. Mas hoje tive sorte. Quando cheguei, espreitei discretamente para dentro da cabana e lá estava ela na sua caminha preferida, sózinha! Fechei a porta e depois... depois a Mãe Mia foi suavemente empurrada para uma armadilha.

 

7 de Novembro: Sakarina

Chegou hoje ao Refúgio a gatinha Sakarina, FeLV positiva. Foi fazer companhia ao Ruivinho, que desesperava por se encontrar sózinho e se roça constantemente pela rede do isolamento para chamar a atenção dos outros Palhacinhos.

A Sakarina é pequenita e de um cinzento escuro magnífico. Não parece muito tímida e entende-se muito bem com o Ruivinho.

 

4 de Novembro: Pirandello

O Palhacinho Pirandello regressou da clínica. Foi com grande alegria que reencontrou os companheiros, apesar de ter ficado em isolamento porque tem de continuar os medicamentos. Mas não parece muito preocupado! Recebe a minha visita e muito mimo de manhã e à noite, com comidinha especial para engolir os comprimidos e muita pieguice.

 

3 de Novembro: Ari

O Ari partiu hoje para a Ponte do Arco-Íris. Apesar das melhoras, o mal que lhe atacava o fígado levou-o...

Velho ex-errante, calmo, discreto, solitário, o Ari adorava comer a sua latinha diária tranquilamente no seu canto. Era o seu mimo, o seu momento de maior prazer.

 

31 de Outubro: Pirandello

Nos últimos tempos parece que os nossos Palhacinhos estão na ordem do dia.

Ontem reparei que o meu Pirandello não estava como de costume.

Em geral, não me larga, mal posso andar, colado às minhas pernas, qual praga peluda.

Hoje fiz questão de o observar durante algum tempo e verifiquei que parecia ter dificuldades em fazer xixi.

Foi de imediato para a clínica. Obstrução urinária sem gravidade, mas há que actuar rapidamente nestes casos.

Pirandello

Já que lá estava, aproveitei para pedir um check-up e novos testes, nunca se sabe se o querido Palhacinho teria rejeitado o maldito vírus do FeLV, como acontece com cerca de 40% dos gatos quando vivem em condições favoráveis.

Resultado: o meu Palhacinho tem um sublime hematócrito de 44%, mas sobretudo revelou-se FeLV NEGATIVO.

E ainda dizem que não há milagres!!!

Os FeLV podem negativizar em condições de total ausência de stress, boa alimentação, vida saudável e protegida ao ar livre, abrigo quentinho e muito amor. Tudo o resto são mezinhas, porque infelizmente medicamentos para os retrovírus FIV e FeLV ainda não os há.

Se há dias tristes, há dias felizes...

 

30 de Outubro: Mas onde é que está o gato?

Em todos os sectores do Refúgio há milhentos esconderijos, sob os arbustos, debaixo de um telheiro, junto a um abriguinho...

Uma sombra fugidia, não forçosamente a mais arisca, ou um gato que espreita divertido... Sim, porque os nossos amigos têm sentido de humor, por vezes exasperante.

 

29 de Outubro: Badi

Hoje, por volta das 9h00 da manhã, o querido Badocha, mais conhecido por Badi, partiu para a Ponte do Arco-Íris.

Deixou-nos tranquilamente, tal como viveu entre nós, mimado, quentinho, pedindo sempre carinho.

O Badi era um gatinho terno, simpático, calmo, desinibido.

Deambulava na rua à procura de ajuda até que encontrou alguém que o ouviu e mo confiou devido à seropositividade.

Uma das suas características mais comoventes era esfregar-se na rede de um isolamento e assim brincar com os outros ou com as minhas mãos.

Badi, para sempre no nosso coração.

Badi

 

28 de Outubro: A tribo dos branquinhos

Os gatos saudáveis e bem alimentados têm sempre o pêlo impecavelmente limpo. Mas que os gatos brancos que vivem no campo mantenham a brancura imaculada de um lençol de linho acabado de estrear sempre me causará profunda admiração.

Para nosso deleite e inveja, eis alguns dos nossos gatos brancos, todos eles mais belos um que o outro: o Ivan e a Kiki, da família dos Chanéis; a Thais, a Safira, o Lucas, o David e a Jamila, da família dos Branquinhos (Sector Roy); o Whitinho, da família dos Arrifaninhos (Sector Buddy).

Branquinho do Sector Roy

Branquinho do Sector Roy

Branquinho do Sector Roy

Branquinho do Sector Roy

Branquinho do Sector Roy

Branquinho do Sector Roy

Whitinho do Sector Buddy

Kiki

 

26 de Outubro

icon.jpg (1130 bytes)     Badi

O Badi não está nada bem. Com uma contagem de glóbulos vermelhos de 4%, receamos que o FeLV se tenha declarado em crise aguda. Hoje ao fim do dia, quando fui visitá-lo, não me falou. Deitado na caminha, prostrado, o querido Badi está a ser alimentado com uma sonda, mas o FeLV, pernicioso e terrível, mina a sua alegria de viver.

icon.jpg (1130 bytes)     Ari

Companheiro do Badi no Refúgio e na doença, o Ari, igualmente FIV e FeLV, foi hoje hospitalizado. Um fio de sangue na boca, apesar de comer muito bem, e lá foi ele de "ambulância" para a clínica. Trata-se de uma fístula no lábio, mas também de um estado de alguma magreza apesar das barrigadas. Aguardamos notícias das análises.

icon.jpg (1130 bytes)      Última gatinha da colónia da Vila

Chegou hoje ao Refúgio, após esterilização, a última gatinha capturada na Colónia da Vila. Todos eles estão já reunidos num imenso isolamento, à espera que o seu sector seja acabado, mas também que os pequenitos que não puderam ser esterilizados cresçam o suficiente para "passarem à faca".

 

25 de Outubro

icon.jpg (1130 bytes)     Badi

Afinal, parece que as minhas aflições não eram assim tão descabidas como isso. Hoje de manhã, de visita ao Badi na clínica, fui informada de que não comia. Como é um gatinho gordo que pesa cerca de 7 kg., é muito arriscado que não coma, pode fazer uma lipidose hepática. Foi-lhe posta uma sonda para o alimentar enquanto aguardamos os resultados das análises.

icon.jpg (1130 bytes)     Colónia da Vila

Mais um gatinho da Colónia da Vila. Branquinho com manchas pretas, este gato, macho adulto, é extremanente calmo e amigo dos companheiros, sobretudo dos pequenitos. A sua saída da clínica demorou mais do que o habitual porque teve de sofrer a ablação dos pavilhões auriculares, atacados por carcinoma, e esperar até tirar os pontos e tudo estar sarado.

Falta agora uma donzela, a última deste grupo, que chegará ao Refúgio talvez amanhã.

 

24 de Outubro: Badi

Todos os dias, o sector que visito em último lugar é o dos meus queridos Palhacinhos.

Distribuir comida e água fresca, para grande alegria do Ginger, que adora beber acabadinho de servir, e dar a sua latinha ao Ari mas, sobretudo, fazer muitas festinhas aos melosos de serviço.

O Badi vem sempre pedir muito mimo e escovadela. Mesmo sem fome, adora petiscar na minha companhia.

Hoje, já quase caía a noite quando pude finalmente visitá-los. O Badi não se manifestou, ficou deitado dentro do seu abrigo.

Como nunca o tinha feito, foi de imediato para o veterinário, chamado de urgência. Com um FIV/FeLV, todos os cuidados são poucos e ficou hospitalizado em observação.

Quando parti da clínica, o Badi olhava-me como se não percebesse o porquê de tanta aflição... Antes assim.

 

23 de Outubro: Os Ciganitos

Para quem não conhece a organização do Refúgio, faz concerteza alguma confusão ver "ciganitos" no Sector Roy e "ciganitos" no Sector Ribas.

Depois da tempestade, todos os isolamentos ficaram ocupados com os residentes.

Fomos construindo isolamentos de emergência, onde havia espaço, e os gatos que chegaram entretanto iam ocupando o que havia disponível. Aliás, mesmo alguns residentes tiveram de ser instalados fora do respectivo sector, tendo sido posteriormente deslocados para o seu espaço inicial. Toda uma saga!!!

Ciganita
Rosita, ciganita do Sector Roy

Assim, as 7 donzelas ciganitas capturadas em primeiro lugar ocuparam um grande isolamento construído no Sector Roy. Alguns dias depois, os restantes 4 ciganitos tiveram de ser instalados num pequeno isolamento no Sector Ribas.

Quando estes sectores ficaram prontos e os residentes os ocuparam, fez-se amizade entre eles e aqueles que estavam nos isolamentos.

As 7 ciganitas, cortejadas pelo magnífico gang dos Chanéis chefiado pelo calmo Roy, ali ficaram, e os 4 ciganitos, que se tornaram amigos dos Ribinhas, integraram este lindo grupo liderado pelo velho Budagodes.

 

Ciganita
Esther, ciganita do Sector Ribas

 

Evita
Evita, ciganita do Sector Roy

 

Ciganitas
Iris, Olenka e Katya, ciganitas do Sector Roy

 

Ciganito e Ribinhas
Ciganitos e Ribinhas

 

Ciganito
Spok, ciganito do Sector Ribas

 

21 de Outubro: O Ruivinho

O nosso Ruivinho estava em muito mau estado, coitado! Chorava, gritava com fome, mas nem conseguia comer. Quando finalmente foi tratado, aterrou no Refúgio, mas com uma grande dúvida. Seria ou não FeLV positivo?

Quando se fez o teste no veterinário, seguimos à risca o protocolo de 10 mn de espera e o teste deu negativo ao FIV e FeLV. No entanto, como muito havia a fazer para acudir ao Ruivinho, pô-lo a soro, limpá-lo, desparasitá-lo, etc., o teste ficou "esquecido" sobre a mesa. Quando o veterinário foi finalmente arrumar as coisas, tinham passado cerca de 15 mn. e o teste dava POSITIVO ao FeLV.

Mandei de imediato fazer uma PCR. O resultado chegou e, como era de esperar, o nosso Ruivinho é positivo ao FeLV.

Coloca-se uma vez mais o problema dos testes.

O Ruivinho transitou, assim, para o Sector dos nossos Palhacinhos adorados. E não é que gosta de ali estar? Apesar de ainda em isolamento, vem junto à rede conversar com os futuros companheiros e nem parece o mesmo.

O Ruivinho estava a morrer! Nada mais gratificante do que ter podido salvá-lo. O tempo de vida não interessa. O importante é que ele parece feliz, recuperado, e que em breve correrá em liberdade, sem nada lhe faltar. Nada? Talvez a casa e o mimo que teve em pequenito, porque o Ruivinho parece ter sido abandonado quando adoeceu, porque mostra sinais de quem teve carinho...

Ruivinho

 

20 de Outubro

Quatro gatinhos da Colónia da Vila reencontraram hoje os companheiros no Refúgio Jimmy.

Estão juntos em três grandes isolamentos contíguos e acessíveis entre si, porque é muito difícil saber quem é quem! Hoje, por exemplo, foi comovente ver, aquando da chegada dos 4, que um dos pequenitos se dirigiu para uma gatinha adulta, roçando-se por ela. A gatinha reconheceu de imediato o filhote e foi uma grande festa.

Estes gatinhos viviam em harmonia, comendo em grupo do mesmo prato. Assim ficarão e poderão reconstituir amizades e parentescos!

Aliás, todos eles são tigrados, muito parecidos, um verdadeiro quebra-cabeças, excepto um macho adulto, ainda na clínica, que é branco com algumas manchas pretas, mas que fazia parte da família e de que os bebés muito gostam.

O sector destes gatos ainda está em obras. Falta construir o grande telheiro e uma parte de muro com vedação. Mas os trabalhos foram interrompidos esta semana para permitir que estes gatinhos se adaptassem ao isolamento sem agitações e barulhos.

Quando se sentirem seguros no seu novo espaço, as obras poderão recomeçar.

 

19 de Outubro

Mais 6 gatos da Colónia da Vila desembarcaram hoje de mala aviada ao Refúgio Jimmy, onde foram juntar-se aos companheiros. Uma menina cinzenta tigrada, uma bebé tigrada com reflexos ruivos, dois jovens machos e duas gatinhas adultas.

Todos os que tinham idade para serem esterilizados estão já tranquilos. Mas a saga recomeçará quando chegar o dia de capturar em isolamento aqueles que eram demasiado jovens para o efeito, sobretudo os machos.

Mas, cada batalha a seu tempo! O importante é que os meus gatinhos da Vila estejam finalmente no Refúgio.

 

15 de Outubro

Chegaram hoje ao Refúgio Jimmy os primeiros 5 gatinhos capturados na Colónia da Vila. Dois lindos bebés, um cinzento e outro tigrado, e respectiva mãe, assim como duas jovens adultas.

 

14 de Outubro: A "nobre raça"

Em determinados meses do ano, os arredores do Refúgio Jimmy, calmos, silenciosos, aprazíveis para humanos e gatos, são ensombrados pelos tiros disparados pelos caçadores. É o caso da época de caça, em que às Quintas-feiras e Domingos zumbe no ar tudo menos luz e vida.

Os gatos residentes não se comovem, parecem habituados, mas alguns novatos ficam inquietos.

Em redor, caçadores e cães percorrem incansavelmente os matos para desalojar as belas perdizes e tudo o que mexe e respira. Fizemos no início um acordo de boa vizinhança com eles, quando se atreveram a colocar a 10 mts do Refúgio uma armadilha para apanhar um gatinho que por ali andava. Era o nosso encantador Ruizinho, que capturei de imediato.

Mas os cães rondam...

É este um dos motivos por que devemos ter uma vedação totalmente antifuga, senão estaríamos sempre com o credo na boca. A nova vedação é perfeita e os nossos gatinhos estão em segurança. Não é o caso dos gatos da vizinhança, que parecem não ter o direito de passear por aqueles pinhais onde nem sequer é permitida a caça!

 

9 de Outubro

icon.jpg (1130 bytes)     A nobre perdiz

Após o temporal de ontem, decidi aproveitar o sol para fazer limpeza aos telheirinhos dos Buddys. Casotas, caixinhas e chão de madeira, tudo foi varrido e arejado.

Mas, ouvindo uma grande azáfama no Sector Roy, fui ver o que se passava: uma enorme perdiz corria perseguida por vários gatos! A pobre ave tinha sido ferida pelos caçadores ou cães perto do Refúgio e pensou talvez encontrar ali abrigo. Infelizmente não foi o caso.

Mas, esta guerra é justa! A guerra desigual dos tiros a um ser que voa livremente ou dos cães enviados para matar é cruel e desumana.

Nada havia já a fazer pela bela perdiz. "Cortaram as asas ao passarinho, ele não pode voar."

icon.jpg (1130 bytes)     Pandora

A nossa Pandora regressou hoje à sua casinha.

Comovente chegada! Mal entrámos no estreito caminho que leva ao Refúgio, começou a miar muito alto e a agitar-se. Quando entrámos o portão do Sector Buddy, onde mora, recebidas por quase todos os gatos, foi a euforia. A Linhita não conseguiu esperar para ser libertada na cabana, como eu gostaria. Aos pulos na transportadora, tive de abrir de imediato a porta e lá saiu ela correndo, rodeada por vários companheiros.

A Pandora não tem qualquer doença e ninguém percebeu qual é o seu mal.

A nossa esperança é que tenha sido "apenas" o isolamento de 7 meses após a tempestade que lhe trouxe más recordações dos tempos tristes em que foi abandonada com os irmãos na jaula de um gatil, onde se recusavam a comer e se deixavam morrer.

 

7 de Outubro

icon.jpg (1130 bytes)      Chegou hoje ao Refúgio o nosso querido Ruivinho! Lindo, com o pêlo já composto e brilhante, a boca sarada e olhar de gato. Regressou de longe o nosso Ruivinho, do outro lado do espelho...

Agora é comer e repousar para, mais tarde, poder correr e brincar com os outros.

icon.jpg (1130 bytes)     Chegaram igualmente hoje ao Refúgio os 3 primeiros jovens capturados na casa em ruínas e cuja colónia tem de ser urgentemente retirada. Duas donzelas e um rapazinho, tímidos, ariscos e muito selvagens.

Fotos? Não, obrigada!

 

6 de Outubro: Thais

Sua Majestade a Princesa Thais foi hoje libertada da sua prisão. Tímida, arisca, extremamente selvagem, esta menina não aceitou nunca a minha presença no seu isolamento para lhe servir a comida ou limpar o telheiro e abrigo. Sem esperança de melhoras, decidi abrir a porta, talvez se sinta mais à vontade em liberdade.

Não foi possível tirar fotos para não a assustar, e fiz-me pequenina para a observar. A donzela percorreu todo o Sector Roy, visitou os abrigos, subiu a ala de cedros e foi instalar-se no canto mais sombrio e recatado, por detrás do grande telheiro.

Comidinha, abrigo, amigos... e, quem sabe, talvez em breve aceite a presença do pobre humano que vai abastecer os pratos e que muito gostaria de a acariciar.

 

5 de Outubro

Uma vez mais a Dona Piedade e o marido, únicas pessoas que, para além dos amigos das Patas Errantes, nos visitaram e ofereceram comida e outros presentes para ajudar os nossos gatinhos do Réfúgio após a tempestade, vieram fazer festinhas e trazer mais mantimentos.

OBRIGADA !!!

 

1 de Outubro: A Libelinha

Chegou a vez de a Libelinha se juntar aos amigos Ribinhas, que já rodeavam o seu isolamento em sinal de amizade.

Mal viu aberta a porta, a donzela não teve outro remédio senão sair, porque foi invadida pelos terríveis Ribinhas, curiosos desse novo espaço agora acessível.

A Libelinha não se preocupou. Saiu tranquila e... subiu à primeira árvore que encontrou! Depois, dirigiu-se tranquilamente para o grande telheiro.

Libelinha

Libelinha

Libelinha

 

28 de Setembro: A Romeira

Abriu-se hoje a porta do isolamento da  jovem Romeira!

De imediato, uma série de habitantes do Sector Roy irromperam pelo reino da linda tricolor, que não ficou de modo algum incomodada. Companhia, amizade, movimento, novidade são a grande atracção dos nossos gatinhos.

Estranhos e comoventes errantes que aceitam sem qualquer inibição todos os outros, habituados que estão a partilhar e conviver.

Romeira

Romeira, Ivan e Nina

Romeira

 

Mas a agitação do dia não ficou por aqui! A Lourencinha, dos Mealheirinhos, decidiu ir dar uma volta ao Sector Roy, contíguo ao dela. Mal abri o portão dos Mias, a Lourencinha escapuliu-se e visitou curiosa e sem quaisquer problemas tudo o que havia a visitar.

Ao fim do dia, decidiu que afinal já podia regressar ao seu local e aproximou-se do portão, pedindo para entrar.

Quando o Sol começou a declinar, a Lourencinha regressara aos seus domínios e a Romeira visitava o seu novo reino. No seu antigo isolamento, de porta aberta, dormiam o Gugu, o Ivan, o Piriquito, a Joaninha, o Roy... Vá lá perceber os gatos!

 

26 de Setembro: Mestre Paganini, Amarilis e Açucena

Chegou hoje ao Refúgio a segunda donzela do baldio em demolição.

Mas não vinha sózinha! Com ela trouxe o mano Paganini, jovem malandreco de olhos verdes que regressava ao maldito local sempre que era deslocado, porque nada mais conhece que o pequeno reino onde nasceu. Mas agora o perigo das máquinas espreita-o e o Paganini teve de ser protegido.

Os acompanhantes e fiéis servidores destes gatinhos foram recebidos com entusiasmo pelos residentes, que pressentiram logo uma tarde de festas, animação e carinho, sem esquecer as poses para os vaidosos, tais como a Mimosa, a Fanny, a Joaninha, o Gugu, o Chefe Roy e muitos outros...

Ginger

Menino Linhita

Piriquito

Mimosa

Fanny

Ivan e Joaninha

Gugu

Roy

 

25 de Setembro

Primeiras fotos dos Ribinhas e dos 4 companheiros ciganitos em liberdade no Sector Ribas!!!

Das lixeiras e dos buracos na rocha da falésia para os arbustos, selvagens mas acolhedores, do Refúgio Jimmy.

Ribinhas

Ciganita dirige-se para a cabana

Morenita

Budagodes Ribinhas

Ribinhas junto à porta do isolamento, finalmente aberta

Ribinhas

Ribinhas

Ciganito

 

23 de Setembro: Os Ribinhas e os 4 Ciganitos

Há vários meses que esperávamos por este dia: os Ribinhas e os 4 ciganitos foram hoje libertados no seu espaço, o Sector Ribas!!!!!!

Desesperando por não conseguirmos apanhar o Ribinhas Silvestre para castração, de modo a podermos finalmente abrir as portas dos isolamentos, decidimos tentar a nossa sorte e abrir toda a gente, na esperança de que o jovem Silvestre, curioso, fosse visitar um pequeno isolamento sozinho e aí o pudessemos capturar mais facilmente.

E não é que funcionou? Ao fim do dia, quando espreitava para ver como se passavam as coisas entre os Ribinhas e os 4 ciganitos, e que faziam eles no seu novo e grande espaço, tive a agradável surpresa de ver o Silvestre e a Caipirinha explorando um dos isolamentos. Dirigi-me discretamente para lá. A Caipirinha, nada medrosa mas que já tinha visto o que queria ver, saiu, mas o mano Silvestre ficou.

Fechada que foi a porta, repetiu-se o filme da captura em isolamento. Para se protegerem dos horríveis humanos, os gatos escondem-se nos abrigos. Põe-se uma tábua a tapar o abrigo e depois em frente uma casinha de captura. Levanta-se a tal tábua e obriga-se delicadamente o gato a sair do abrigo e a entrar na casinha de captura.

Como se não bastasse, oh humanos malvados!, passa-se em seguida o gato, com o mesmo sistema, para uma transportadora, e assim vai direitinho para a clínica.

Amanhã o lindo ruivinho Silvestre regressará para junto dos amigos e sobretudo da mana Caipirinha, companheira inseparável.

 

19 de Setembro: Amarilis

Todos os dias são um prazer no Refúgio Jimmy. Mas há dias mais especiais do que outros!

Recebemos hoje a visita de duas grandes amigas dos gatos, que nos vieram trazer uma donzela em perigo no local onde vivia e que vai ser demolido. São cerca de 20 gatinhos em busca de melhor vida e conseguimos arranjar um cantinho para duas meninas e um rapaz. A primeira, Amarilis, chegou hoje, os outros dois virão mais tarde, também após esterilização.

Os nossos relações públicas do Refúgio, os porteiros de serviço permanente dos diferentes sectores e os sedentos de carinho não se inibiram de fazer as suas sessões de charme, bem recompensadas.

Tiveram direito a muito mimo, alegria, palavras amigas e carinho. E até a fotos para os exibicionistas!

Gatos Livres

 

18 de Setembro: Pandora

Apesar de as análises e radiografias nada terem revelado de anormal, a Pandora continua hospitalizada porque não come.

Porquê? É esta a interrogação que nos martiriza. Foi-lhe hoje posta uma sonda para a alimentar, senão em breve poderia morrer simplesmente de fome.

Foram feitos mais exames. Que terá a nossa Linhita tricolor de bela máscara preta? Os 3 manos estão bem, todos no Sector Buddy vivem felizes, comendo e brincando.

 

17 de Setembro

icon.jpg (1130 bytes)     Pandora

Capturar um gatinho não sociável no Refúgio, em especial quando está em liberdade num sector, é uma aventura que merece ser filmada.

Capturámos ontem uma das meninas Linhitas do Sector Buddy, a Pandora, porque parecia ter emagrecido.

Feitas análises, radiografias, examinada a boca, virada que foi do avesso, nada. Felizmente tudo está bem. Concluímos que talvez tenha sofrido algum stress por ter estado isolada durante os 7 meses que duraram as obras no Sector Buddy, e do qual ainda não tenha recuperado.

Linhita máscara preta


icon.jpg (1130 bytes)     Ballardo

Hoje, capturei também, mas este ainda em isolamento, o jovem ciganito preto Ballardo, para ser castrado.

Logo que regresse da clínica, ele e os companheiros poderão finalmente ser libertados no Sector Ribas, que, ALELUIA, ficou terminado esta semana.

Falta apenas castrar o Ribinhas Silvestre, que, tal como o ciganito preto, era ainda muito jovem para o efeito, para que todos possam finalmente viver em total liberdade.

 

7 de Setembro: O terceiro bebé e a mãe

Por vezes, há surpresas nas colónias que conheço bem e nas quais os gatinhos vêm sempre, mesmo ao longe, ao som da comida. Sei quantos são e reconheço de imediato algum que chega de novo.

Na antiga colónia do Grande Snow, tristemente vazia, apenas sabia que havia o cinzentinho Grisely e que uma gatinha aí tinha ido procurar abrigo para a sua ninhada. Eram 4 bebés que vira por acaso em Junho, mas, mesmo após longas horas de observação, chegada a altura da captura só conseguia ver dois.

Mas ontem, finalmente, apareceu o terceiro, seguido do que me pareceu ser o quarto.

Instalei a armadilha e apanhei um pequenito selvagem, que se debateu desesperadamente mal se viu fechado. Foi uma saga para ser desparasitado, mas não teve outro remédio, e hoje seguiu finalmente para junto dos dois irmãos, a Grisette e o Grisu, que já se encontram no Refúgio. Menino, menina? Impossível saber por enquanto. De qualquer forma, ficarão isolados até à idade da esterilização.

Hoje tentei capturar o que me parecera ser o quarto bebé. Mas, oh surpresa, a alminha que entrou despreocupadamente para comer era uma gatinha grávida. É certamente a mãe!

Pequenita, muito jovem, mais uma menina que iria ali formar uma colónia de ninhadas sem fim. Foi de imediato para a clínica e em breve irá juntar-se aos filhotes no Refúgio Jimmy.

Falta agora o quarto bebé... se acaso a doença e insalubridade do local não o levaram já.

 

5 de Setembro: A noite

Gosto de observar os gatos no Refúgio quando o sol começa a declinar e a noite se anuncia.

Muitos recolhem às cabanas ou aos abrigos, mas outros continuam incansáveis.

Hoje, o Dom Quixote preparava-se para caçar. O Nandinho decidiu ocupar uma das prateleiras do armário, providencialmente aberto!

O Whitinho dos Buddys desfrutava da frescura do fim do dia no seu local preferido, o telhado de um isolamento.

A Fanny, o Dandy e a Patti decidiram explorar o carreiro. O Pai Mia encontrou uma latinha da Lourencinha esquecida no chão!

Nos Palhacinhos, duas sombras negras rasavam furtivamente um muro...

 

Dom Quixote

Nandinho

Whitinho

Fanny, Arrifaninho preto e branco, e Patti

Willy, Pai Mealheiro

Palhacinhos

 

4 de Setembro

Ontem, a Isabel e o Ilídio vieram visitar os Branquinhos e aproveitaram para pintar algumas casotas em previsão do Inverno. O sol vai estragando a madeira, mas não só: nos longos meses de isolamento, os nossos gatos limavam as delicadas unhas nos telhados dos abrigos, que muito sofreram.

Agora que já desfrutam das árvores, talvez deixem as pobres casotas em paz.

De qualquer forma, as que foram pintadas estão lindas e como novas !!!

 

26 de Agosto: Grisette

Finalmente, na casa em ruínas havia mais um bebé, uma donzela igualzinha ao Grisu.

Ontem consegui capturá-la após 3 dias de tentativas. Trata-se agora de saber se os dois que faltam ainda lá estão.

O Grisu esperou na clínica que a mana Grisette nos desse a honra de se deixar capturar e ambos chegaram hoje ao Refúgio Jimmy. Extremamente tímidos e selvagens, tentaram tudo para sair do isolamento até perceberem que não tinham hipóteses e se terem ido esconder dentro do abriguinho.

Têm cerca de 3 meses e muito tempo pela frente para se habituarem à presença dos humanos.

 

20 de Agosto: Grisely e Grisu

Já vos falei daquela que foi outrora uma bela casa, agora em ruínas. Nessas ruínas viviam a Tabby, o Niels, a Sweety, a Belinha, o Grande Snow, a Luna, a Linda... misteriosamente desaparecidos.

Nunca consegui deixar de ali pôr comida, na esperança de que algum regressasse. Nenhum deles voltou, mas outros apareceram! Um belo cinzentinho e uma tigradinha com 4 bebés.

Ontem capturei o cinzentinho, ao qual chamei Grisely, e hoje um bebé, Grisu. A mãe parece ter desaparecido, assim como os outros 3 filhotes.

O Grisely revelou-se FIV+ e chegou hoje ao Refúgio Jimmy. Foi morar num isolamento contíguo ao da Libelinha, no Sector Ribas, onde irão viver mais tarde, após a fase de adaptação.

 

19 de Agosto: Thais

A princesa Thais chegou hoje em grande pompa ao Refúgio Jimmy.

Amorosamente protegida pela Isabel e Ilídio, tal como os outros Branquinhos, esta menina era a que causava mais preocupações mas foi a mais difícil de capturar.

Com uma terrível infecção no útero, as orelhitas comidas pelo carcinoma, suja e magra, a bela Thais recusou-se durante meses a entrar na armadilha.

Mas há dias, num fim de tarde feliz, a Thais encheu-se de coragem e desembarcou finalmente na clínica onde pôde ser tratada. Revelou-se uma gatinha tímida, calma e sem qualquer agressividade.

Acolhida hoje no Refúgio, ficou num isolamento no Sector Roy, onde irá viver com os outros Branquinhos.

Foram muitos os que vieram acolhê-la, rodeando o isolamento para verem a novidade. Companhia não lhe falta e, mesmo que já não reconheça a família dos Branquinhos, quando chegar o momento de ser libertada fará concerteza novos amigos.

Fotos? Ficam para mais tarde quando a Princesa estiver mais confiante.

 

16 de Agosto

Não sei que lhes deu a todos hoje no Refúgio, mas era a euforia das alturas.

O Whitinho dos Buddys, do alto de um dos isolamentos, nem se dignou vir cumprimentar! O Rocky sonhava com horizontes que só ele via! Os Palhacinhos passeavam-se sobre os muros. Os Chanéis subiam e desciam de árvores e cabanas. A Mãe Mia, habitualmente calma e ponderada na minha presença, decidiu fazer a sesta em cima do telheiro! Até os Ribinhas acharam que o telhado do seu isolamento era o melhor sítio para passar o fim de tarde...

Chanéis

Rocky

Buddys

Kiki

Mias

Palhacinhos

Buddys

Ribinhas ainda em isolamento

 

10 de Agosto: A bela siamesa e os 4 filhotes

A bela siamesa Angie, mãe dos 4 bebés, juntou-se hoje aos filhotes no Refúgio, todos ainda muito tímidos e mesmo selvagens. Será necessário algum tempo e muita persistência para transformar estes bichos em gatinhos que possam finalmente viver em paz e liberdade no simpático Sector Buddy.

A mãe é meiga, mas está ainda a adaptar-se à nova vida. Escolheu uma das casotinhas sob o telheiro dentro do isolamento e dorme, dorme, come, come, repousando finalmente da longa caminhada de errância...

 

8 de Agosto: Os Branquinhos

Mais um dia de festa no Refúgio Jimmy. Abriu-se a porta do isolamento dos Branquinhos!

Primeiro, saiu a Safira, mais sociável. Depois o Lucas, sereno, pousado, sem quaisquer inibições perante os outros rapazes do sector. Só mais tarde, muito mais tarde, saíram os filhotes Jamila e David...

Tímidos com os humanos, mas sociáveis com os companheiros, os Branquinhos vivem agora em liberdade no Sector Roy.

Safira

Branquinho

 

7 de Agosto

icon.jpg (1130 bytes)     As Ciganitas

Hoje foi dia de festa no Refúgio. As Ciganitas foram libertadas!!!!!!!!!!

Em isolamento no Sector Roy, as 7 donzelas, belas como papoilas ao vento, há muito eram cortejadas pelos descarados Chanéis, assim como pelo chefe Roy, através da rede. O Ivan, magnífico branquinho consciente da sua beleza, o Gugu, siamês sem quaisquer dúvidas sobre o seu charme, o Roy, imbuído da sua missão de chefe, calmo, tolerante, companheiro, nunca tinham visto nada mais divertido do que as 7 lindas princesas ciganas, sedentas de liberdade, saindo cautelosamente da sua prisão.

 

Ciganitas aventuram-se carreiro abaixo

Ciganita explora o novo território

Ciganita e Piriquito

Ciganita descobre os prazeres da sombra sob o grande telheiro

 

icon.jpg (1130 bytes)      Os 4 bebés

Chegaram também hoje ao Refúgio 4 bebés, filhotes de uma linda gatinha siamesa abandonada com os filhotes num baldio. Há 1 ano que a triste história me foi contada e que a procuro sem descanso, seguindo as mais diferentes pistas.

Afinal não estava muito longe, a uns escassos 300 metros do local onde fôra abandonada. Está na clínica para esterilização. Doce como eu a imaginava, entrou na armadilha sem quaisquer hesitações, à mão. Mas os filhotes, selvagens, deram que fazer e alguma angústia. Dois entraram após 1 dia de tentativas, mas os outros 2, tímidos, recusavam-se a ir comer dentro da casinha de captura.

Só a fome de 4 dias, angustiante para mim e para eles, fez com que ganhassem coragem.

A desparasitação obrigatória foi um drama de gritos e aflição, como se estivessem a ser torturados !!!

Mas finalmente lá estão juntos e em segurança, num isolamento no Sector Buddy. Em breve, quando tiver alta da clínica, a mãe irá juntar-se a eles.

 

6 de Agosto: O calor

Com o calor, os nossos gatinhos escondem-se debaixo dos arbustos e, mesmo que venham cumprimentar, regressam rapidamente às sombras.

Felizmente, plantámos esta Primavera algumas árvores e há muitos arbustos selvagens.

A comida desaparece menos, e a grande preocupação é mudar todos os dias a água dos bebedouros e escolher bem os locais sombrios para que esteja sempre fresquinha.

Buddys

Buddys

Palhacinhos

 

23 de Julho: Os Buddys

EXACTAMENTE sete meses após a tempestade, os queridos Buddys saíram finalmente dos isolamentos em que se encontravam e retomaram posse do seu amado espaço.

Com uma alegria imensa, o chefe Buddy corria, verificando tudo, após o que decidiu repousar à sombra de uma cabana.

O Dom Quixote foi ocupar o seu antigo local preferido sobre o telheiro, com alternância de sombra, sol, sombra, sol...

A Murtinha e a amiga Patty dirigiram-se para cima do muro, onde antes adoravam passear.

A doida Mimosa cumprimentava tudo e todos!

Buddy

O pequenitos Pretinho e Bé, que apenas tinham estado em liberdade alguns dias, corriam por todo o lado sem inibições, apesar de, de vez em quando, se irem encostar à Murta e à Patty, com as quais tinham estado no isolamento.

Pretinho

Bé

Mimosa

Murta

Dom Quixote

Whitinho

A doida Fanny, de uma energia sem igual, não tinha patas a medir.

Dos grupos dos Arrifaninhos e das Linhitas, juntos num grande isolamento, apenas o Whitinho saiu. Os outros acharam que a "prisão" não tinha sido assim tão má e ficaram tranquilos, de porta aberta, de onde sairão ao seu ritmo.

Mas todos pareciam felizes. Por uma porta aberta pode-se entrar e sair... e, para gato, é a liberdade de escolha que importa!!!

 

21 de Julho: Romeira

A bela Romeira já sai do seu abriguinho para vir comer.

Mas não só!

Quando chego perto do seu reino, no Sector Roy, dá-me a honra de vir espreitar.

Vou falando com ela enquanto come e, com o tempo, talvez ganhe confiança e reconheça que nem todos os humanos nasceram para a maltratar.

Jantar privado da Romeira no seu abriguinho

 

15 de Julho

Finalmente, algumas fotos dos Mealheirinhos em liberdade no seu território.

Eles vão-se mostrando, mas quando a máquina fotográfica se mostra, desaparecem...

É um prazer vê-los percorrer de novo o seu espaço!

Mealheirinhos

Mealheirinho sobre o muro

Mãe Mealheiro

 

13 de Julho

Recebemos no Sábado passado a visita da Isabel e do Ilídio, que nos tinham pedido acolhimento para os Branquinhos. Vinham armados de luvas de trabalho, termo de água fresca e muita vontade de ajudar.

Limparam os isolamentos deixados pelos queridos e doces Chanéis, finalmente libertados no seu espaço.

É raro, ou antes, é a primeira vez que alguém vem ajudar...

Mas, segundo parece, levaram em troca um belo presente, talvez dentro do saco que a Isabel posou sobre um telheiro: um pequeno ratinho do campo, daqueles que povoam o Refúgio, e que decidiu sair do saco ao fim do dia para ir comer a comida dos gatos deles.

Desde então, tentam apanhar a dita alminha para a libertarem num baldio onde possa sobreviver.

 

8 de Julho

Os nossos gatinhos que antes da tempestade viviam no Sector Roy foram ontem libertados da sua prisão!

É um grupo muito simpático, coeso e brincalhão, amante da liberdade e muito sociável. Nos isolamentos existentes no seu sector estão ainda os 4 Branquinhos e as 7 Ciganitas, que acolhemos há pouco e que irão mais tarde viver com eles, após algum tempo de adaptação.

A hora foi de muita alegria, correrias e repouso à sombra dos velhos cedros que embelezam este espaço.

Gugu à caça

Ivan e Piriquito

A bela Kiki

Dina na cabana

Roy ao sair do isolamento

Ruizinho e Nandinho

Gugu e Nando

Dina, Ivan e Nina

Ivan e Dina

Bardo

Joaninha na cabana

Ivan na cabana

Nando

Nina sobre o telhado do isolamento dos Branquinhos

 

5 de Julho: A Romeira

A bela tricolor Romeira, gatinha triste e maltratada, chegou hoje ao Refúgio. Tímida, a linda donzela foi ocupar um isolamento no Sector Roy onde irá viver.

Esta gatinha precisa de muita atenção e cuidados, por isso ficará algum tempo isolada até se habituar à minha presença.

Linda menina, que nem as patinhas podia pousar no chão para caminhar...

 

4 de Julho: A Libelinha

A Libelinha foi hoje para o Refúgio Jimmy, onde ocupou um isolamento no Sector Ribas. Não é uma gatinha tímida com os humanos, vê-se que estava habituada a comunicar e a receber comida. Apesar disso, ainda não aceita a minha mão, mas não creio que leve muito tempo.

 

3 de Julho: Buck

Buck, o jovem mano dos três pequenitos filhotes da Nini, regressou hoje da clínica e foi juntar-se às irmãs e aos amigos Mealheirinhos. Corria e visitava tudo sem medo, antes pelo contrário, marcou mesmo alguns arbustos, nas barbas dos mais velhos que o observavam curiosos.

 

30 de Junho: Buck, Jade e Jackie

Em Janeiro, capturei três pequenitos, duas meninas e um menino, que surgiram numa das minhas colónias. Rapidamente percebi que estes bebés, com cerca de 5 meses, eram filhos de uma gatinha ali abandonada, a Nini, que esterilizei de imediato.

Magros e receosos dos adultos, numa comunidade já sobrecarregada, os filhotes foram para o Refúgio Jimmy. As duas gatinhas foram esterilizadas e o rapazinho seguiu hoje para a clínica para ser castrado.

Estes gatinhos estavam num isolamento contíguo ao dos Mealheirinhos com os quais fizeram amizade e, por isso, as duas donzelas viajaram hoje com os respectivos abrigos para junto dos amigos. Quanto ao jovem mano, irá juntar-se-lhes mal regresse da aventura na clínica.

 

29 de Junho: A Libelinha e a Romeira

Depois do feliz regresso dos Mealheirinhos ao seu espaço, ficaram livres dois isolamentos.

Nestes últimos dias, tem sido a azáfama da limpeza dos telheiros destes isolamentos que vão acolher duas alminhas que esperam ansiosas na clínica há já algum tempo:

icon.jpg (1130 bytes)     A Libelinha, capturada grávida no parque de estacionamento de um supermercado;

icon.jpg (1130 bytes)      A Romeira, uma gatinha em muito mau estado encontrada perto do acampamento dos meus Ciganitos. Esta menina estava coberta de piolhos, esquelética e com as unhas feridas, de tal modo que nem sequer podia caminhar a não ser com as mãos e pés dobrados. Foi preciso cortar-lhe algumas falanges. A boca cheirava mal e todos os dentes tiveram de ser extraídos, sem qualquer dificuldade, aliás, porque estavam todos podres.  Está a engordar, já não sofre o pavor das dores na boca e nas mãos, mas é impossível devolvê-la ao local onde vivia...

É este o objectivo e são estas as prioridades do Refúgio Jimmy.

 

26 de Junho

A família dos Mealheirinhos foi hoje finalmente reinstalada no seu antigo sector!

A captura nos isolamentos onde estavam, fora do seu espaço, começou às 4 da tarde e terminou às 7 !!! Por volta das 20h30, quando parti, o famoso Fujão ainda percorria alegremente os seus domínios. Se amanhã ainda lá estiver, é porque esta vedação é segura. Só ele o pode dizer, porque só ele é capaz de desafiar o engenho humano em matéria de fuga. Se ele não sair, mais nenhum sai !!!

Quanto às fotos deste momento histórico, os nossos Mias estavam stressados, por isso preferi proceder com calma, sobretudo por eles.

 

25 de Junho

Os queridos Palhacinhos foram hoje libertados dos isolamentos onde estavam há SEIS meses. Bastou abrir as portas e deleitar-se...

Palhacinhos

Palhacinhos

Palhacinhos

Palhacinhos

Palhacinhos

Palhacinhos

Palhacinhos

 

4 de Junho: As perdizes

Com todo o Refúgio à sua disposição, visto os gatos estarem fechados nos isolamentos, as perdizes passeiam-se alegre e despreocupadamente, acompanhadas dos filhotes paridos no início da Primavera. Dá gosto vê-las! São lindas, com a suas listas verticais e a cabecinha elegante e altiva.

Mas, quando os gatos estiverem de novo em liberdade, elas deixarão o Refúgio e pouco depois virá a "ilustre raça" dos caçadores, para os quais qualquer sinal de vida é prazer de morte.

 

29 de Maio

Recebemos hoje a agradável visita de um casal que há cerca de uma semana nos pediu acolhimento para 3 gatinhos brancos em perigo. Vieram visitá-los, mas não só. Trouxeram alegria e carinho aos nossos gatos, fechados nos seus isolamentos, e acompanharam-me na distribuição de comida.

São raras as pessoas que se preocupam em saber se os gatinhos que nos entregaram estão bem ou precisam de algo.

Este casal luta igualmente sózinho pela sobrevivência de uma colónia em grande perigo. Captura, esteriliza e alimenta com os seus recursos pessoais, além de acolher em casa, em condições dignas, 7 gatinhos todos eles bem necessitados que alguém deitou fora ou ao lado dos quais passou indiferente.

 

26 de Maio: Escândalo no Refúgio Jimmy

Ao fim da tarde, depois de ter visitado todos os abrigos para limpar, pôr comida e água, ver se os nossos gatinhos estão bem, mimar os que o desejam e tentar aproximar-se dos mais selvagens, tenho por hábito esconder-me atrás de um muro ou árvore e observar sobretudo os mais tímidos e os que chegaram recentemente, para ver como se comportam em grupo e sem a presença de humanos.

Hoje, estando eu nessa minha agradável tarefa, vejo de repente todos os gatos de um grupo de vários isolamentos de olhos fixos nas redes, todos para o mesmo lado, orelhas espetadas e grande agitação silenciosa, corpo imóvel e tenso, como só um gato sabe fazer.

Arrisquei mostrar-me e espreitei para ver o que poderia haver de tão entusiasmante para lá do meu esconderijo.

Uma família de pequenos ratinhos do campo passeava-se alegremente em fila indiana, carreiro acima, nas barbas dos gatos!!! Até os 3 branquinhos, que tinham chegado no dia anterior e se escondiam ainda nos abrigos, vieram ver tal acontecimento.

Um escândalo!!! Tudo isto porque aquelas alminhas estão fechadas por não haver vedação, em vez de poderem tomar conta da sua propriedade e impedir os estranhos de entrarem.

Já não bastavam as perdizes com seus filhotes atrás, os pássaros que de madrugada cantam até nos ensurdecer, como agora "aquela gente".

Para gato, só pode ser um pesadelo!!!

 

22 de Maio: Lourencinha

A Lourencinha foi hoje hospitalizada. Quando a capturámos no seu território, há cerca de 6 meses, tentava a custo criar um filhote, muito magra e babando sangue. Tinha uma gengivite grave, devido à qual lhe foram arrancados vários dentes. O filhote era saudável e ela ocupou-se dele como uma mãe gata o sabe fazer, com amor e sacrifício.

Hoje a Mãe Lourencinha vive no Refúgio com o filho Lourencinho, mas recomeçou a babar e foi de novo tratar as suas frágeis gengivas.

 

21 de Maio

O Pai Mia regressou hoje a casa, ao fim da tarde para evitar os grandes calores. Foi euforicamente recebido pelos companheiros, o Willy Fujão, o Rocky e a Mãe Amostra, que o cheiraram com ar de caso, como se estivesse muito sujo.

E devia estar ! Apesar de se encontrarem nos isolamentos, os nossos gatinhos cheiram a sol e ervas, enquanto que na clínica cheiram a médico !

O Pai Mia tem de comer latinhas ainda durante uns dias, até que as gengivas sarem bem, mas ele não se importa, antes pelo contrário...

 

18 de Maio: Chris ou Pai Mia

O Pai Mia foi hospitalizado. Tinha um abcesso causado por dentes estragados, sobretudo um molar.

Fui visitá-lo, claro. Quando ouviu a minha voz, nasceu-lhe uma alma nova, roçando-se na minha mão, como uma bela recordação do Refúgio, apesar do isolamento onde está com mais 3 amigos, à espera que o seu sector esteja reconstruído.

Fiz questão de lhe servir a comidinha, saqueta de Sensitivity para as suas gengivas frágeis ontem martirizadas pela extracção de dentes.

O Pai Mia é tímido, meigo e sensível. O seu prazer máximo são as festinhas que pede deitando suavemente a cabeça na palma da minha mão...